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Fórum Urbano Mundial busca compromisso para reconstrução de cidades BR

Abertura do Fórum Urbano Mundial em Katowice, Polônia
UN Habitat
Abertura do Fórum Urbano Mundial em Katowice, Polônia

Fórum Urbano Mundial busca compromisso para reconstrução de cidades

Desenvolvimento econômico

Agência ONU-Habitat vê momento crítico para debate com desafios como pandemia, clima e conflitos; levantamento aponta que centros urbanos devem abrigar 68% da população global até 2050; secretário-geral da ONU quer apoio para que cidades possam zerar emissões de gases de efeito estufa e serem mais inclusivas.

O Fórum Urbano Mundial, evento bianual convocado pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos. ONU-Habitat, começou neste domingo em Katowice, na Polônia.

Segundo a agência, este é um momento crítico para o desenvolvimento urbano e a reunião levará um apelo para que os participantes dobrem os esforços para enfrentar os desafios apresentados às cidades por conflitos, pandemia e emergência climática.

Participantes do Fórum Urbano Mundial realizado em Katowice, Polônia.
UN Habitat
Participantes do Fórum Urbano Mundial realizado em Katowice, Polônia.

Cidades no centro dos desafios atuais

Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, agradeceu a solidariedade do país na recepção dos refugiados ucranianos.

O programa foi significativamente modificado para refletir o conflito no país vizinho. Mais de 3 milhões de ucranianos se refugiaram na Polônia desde o início da guerra.

Para Guterres, as cidades são centrais para “praticamente todos os desafios que enfrentamos” atualmente. E à medida que o mundo busca se recuperar da crise de saúde, será necessário considerar a igualdade de gênero na promoção de infraestrutura e serviços urbanos para dar a todas as pessoas, especialmente jovens, mulheres e meninas, acesso a um futuro melhor.

Ele lembra que os centros urbanos geram mais de 80% do PIB global, mas também são responsáveis por 70% das emissões de gases de efeito estufa e, assim, devem ser líderes de ação climática para manter a meta de 1.5oC ao alcance.

O secretário-geral afirmou que muitas cidades do mundo todo estão se comprometendo em zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050 ou antes, no entanto, ele acredita que elas precisam de apoio mais coordenado de todos os níveis de governo, bem como parcerias o setor privado e a sociedade civil.

Densidade populacional

O ONU-Habitat estima que a população global vivendo em áreas urbanas deve aumentar de 56% para 68% até 2050, principalmente na África e no Oriente Médio.

Para a subsecretária-geral da ONU e diretora executiva da agência Maimunah Mohd Sharif, embora a realidade atual seja muito desafiadora, “devemos manter nosso foco e dobrar nossos esforços no desenvolvimento sustentável”.

Ela acredita que “um futuro melhor continua sendo possível” e que já existem roteiros para chegar lá, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Nova Agenda Urbana e o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas. 

A chefe da agência pediu “ação real” para implementar esses compromissos, e como um novo contrato social que inclua renda básica universal, cobertura de saúde e moradia acessível.

Evento

O Fórum Urbano Mundial segue até dia 30 de junho e é coorganizado com o governo da Polônia e a cidade de Katowice. 

O local foi escolhido para a primeira realização do evento na Europa Oriental, em grande parte devido à transição bem-sucedida de um centro das indústrias de carvão e aço para uma cidade tecnológica e cultural.

Segundo o ONU-Habitat, mais de 16 mil pessoas são esperadas no Centro Internacional de Congressos, construído em uma antiga mina de carvão. 

Entre os participantes estão mais de 50 ministros e vice-ministros do governo, mais de 800 funcionários e representantes do governo, além de 400 palestrantes em dezenas de eventos discutindo e elaborando políticas e soluções inovadoras.

Os cinco dias do Fórum devem terminar com as Ações Declaradas de Katowice, um compromisso e plano de apoio a urbanização. 

O documento deve ser construído por representantes do governo, sociedade civil, setor privado e partes interessadas na Nova Agenda Urbana, um roteiro para a urbanização sustentável adotado em 2016 em Quito.