"Armas nucleares lembram inaptidão dos países para resolver problemas" BR

Secretário-geral alerta para possibilidade de conflito nuclear e convida nações a impulsionar diálogo e colaboração na abertura da reunião dos Estados Partes do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares.
A capital austríaca, Viena, abriu esta terça-feira a 1ª. reunião dos Estados Partes do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. O acordo está em vigor desde o ano passado.
O evento reúne representantes de governos, sociedade civil e observadores em torno do compromisso firmado por 86 países e ratificado por 65, depois da adoção em julho de 2017.
Em mensagem de vídeo, o secretário-geral disse que “a perspectiva impensável de um conflito nuclear” volta a ser uma possibilidade.
Para o chefe da ONU, o acordo internacional é um passo importante para a aspiração comum de um mundo sem o tipo de armamento.
A expectativa de Guterres é que decisões tomadas no encontro ajudem a materializar a posição do Tratado como um meio essencial da arquitetura global de desarmamento e não-proliferação. Ele espera ainda que tais medidas possam convencer mais nações a aderir ao compromisso.
Para o secretário-geral, as armas nucleares são “um lembrete mortal da incapacidade dos países para resolver problemas por meio do diálogo e da colaboração”.
António Guterres pediu à comunidade internacional que abandone de uma vez por todas o tipo de armamento, destacando que este deve ser eliminado antes que elas o façam à humanidade.
O secretário-geral advertiu os participantes sobre o que chamou de “lições apavorantes” de Hiroshima e Nagasaki que vêm “desaparecendo da memória”, ao mencionar o bombardeio das cidades japonesas durante a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com as Nações Unidas, atualmente existem 13 mil armas nucleares em todo o mundo.
Guterres descreve uma realidade global de tensões geopolíticas e desconfiança, que considera “uma receita para a aniquilação”.
Segundo ele, não se pode permitir que armas nucleares em poder de alguns Estados coloquem em risco toda a vida no planeta.
O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares impede as nações de desenvolver, testar, produzir, fabricar, adquirir ou armazenar esses ou outros dispositivos explosivos nucleares.
Guterres solicitou ainda maior união e solidariedade dos países para eliminar o flagelo e se “retornar as tarefas em favor de um mundo melhor, mais pacífico e confiável para todos.”