Unesco pede ao Brasil que investigue morte do jornalista Dom Phillips na Amazônia
Diretora-geral da agência da ONU, Audrey Azoulay, condenou o assassinato do repórter britânico e do indigenista Bruno Araújo Pereira, que estavam desaparecidos desde 5 de junho no Vale do Javari, no oeste do estado do Amazonas.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, pediu às autoridades brasileiras que investiguem o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips, que desapareceu durante uma expedição de trabalho à Amazônia em 5 de junho.
Segundo a mídia brasileira, Dom foi assassinado ao lado de seu companheiro de viagem, o indigenista Bruno de Araújo Pereira.
“Crime cruel”
Em nota, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, afirmou que jornalistas demais estão sendo alvejados ou até mortos por destacar temas ambientais, que preocupam a todos.
Ela pediu às autoridades “que investiguem e punam os responsáveis por este crime cruel.”
Dom Phillips era um jornalista free lance especializado em meio ambiente, que escrevia para jornais internacionais como Financial Times, Washington Post, The Guardian e New York Times, entre outros.
Experiente em assuntos indígenas, ela já havia viajado à Amazônia em outras expedições com o indigenista assassinado Bruno de Araújo Pereira.
Ameaças recebidas na véspera
Eles foram abordados quando voltavam de uma viagem para entrevistar povos indígenas isolados na floresta, em uma parte da fronteira do Brasil com o Peru.
A Unesco lembra que há relatos de que as duas vítimas do assassinato na Amazônia haviam recebido ameaças na véspera da viagem.
No ano passado, a Unesco publicou um documento sobre a segurança de correspondentes estrangeiros para chamar a atenção para riscos específicos e ameaças que eles enfrentam.
A agência da ONU tem um Plano de Ação (UN Plan of Action ) sobre a segurança de jornalistas e promove junto a governos e outros atores a implementação dessas medidas.
O jornalista Dom Phillips tinha 58 anos de idade e o indigenista Bruno Araújo Pereira, 41.