Em evento sobre África, Guterres destaca nutrição e segurança alimentar BR

Secretário-geral discursou em segmento de alto nível da Série Diálogo sobre África, liderado pela conselheira dele para o tema, Cristina Duarte; 20% dos africanos estão subnutridos.
A situação da segurança alimentar no continente africano foi o tema de uma mensagem do secretário-geral António Guterres aos participantes da Série Diálogo África, nesta sexta-feira, em Nova Iorque.
O chefe da ONU lembrou que durante muito tempo nutrição, segurança alimentar, conflitos, mudança climática, saúde e ecossistemas foram tratados como assuntos separados. Mas para Guterres, eles estão interconectados.
Uma vez que o conflito leva à fome, a crise climática amplia conflitos e a insegurança econômica é aumentada pela pandemia e pelas desigualdades.
Ele acredita que esses são problemas sistêmicos que têm se tornado piores.
Os índices de fome, que haviam melhorado entre 2000 e 2016, aumentaram nos últimos anos.
Mais de 281 milhões de africanos, ou um em cada 5, estavam subnutridos em 2020.
E 61 milhões de crianças africanas estão sofrendo com problemas de crescimento, o que impacta a saúde física e mental delas.
As meninas e mulheres são as mais afetadas. Por causa dessa relação de pobreza, fome e conflitos, muitas deixam a escola e jamais retornam.
Na semana passada, o chefe da ONU anunciou a quantia de US$ 30 milhões do Fundo Central de Resposta de Emergência para atender a emergências de segurança alimentar e nutrição em países como Níger, Mali, Chade e Burkina Fasso.
Ao citar a guerra na Ucrânia que causou o maior aumento no preço dos alimentos, até hoje, Guterres lembrou que os países africanos estão entre os mais impactados negativamente pelas consequências do conflito.
O secretário-geral convocou um Grupo de Resposta para a Crise Global sobre Alimentos, Energia e Finança, que inclui todas as agências da ONU e as instituições financeiras internacionais.
A tarefa do grupo é fornecer dados, análises e propor soluções.