Comissão de Inquérito sobre a Síria pede que fronteiras permaneçam abertas
Resolução do Conselho de Segurança que permite entrada de ajuda humanitária pelo noroeste do país expira em 10 de julho; mais de 14 milhões de sírios dependem deste tipo de assistência.
A Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria alertou esta quinta-feira que “será uma falha do mais alto nível” se o Conselho de Segurança não estender a atual fronteira de entrega de ajuda para a Síria.
Segundo o grupo, presidido pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, o país está enfrentando umas das piores crises econômicas e humanitárias desde o início do conflito, há mais de 10 anos.
Autorização prestes a expirar
Os especialistas pedem à comunidade internacional para salvaguardar a atual assistência entre fronteiras e aumentarem o financiamento em apoio à esta causa.
A Comissão de Inquérito explica que a autorização excepcional do Conselho de Segurança para a entrega de assistência humanitária pela fronteira que cruza para o noroeste da Síria expira no dia 10 de julho.
A passagem tem garantido o acesso a milhões de sírios desde 2014. Paulo Sérgio Pinheiro declarou ser uma “abominação moral a necessidade de uma resolução do Conselho de Segurança para facilitar a entrada de ajuda humanitária, devido às consistentes violações praticadas pelo governo do país e outros atores.
Milhões de civis dependem de ajuda
A ONU calcula que 14,6 milhões de sírios dependam de assistência humanitária. Cerca de 12 milhões de civis pelo país enfrentam insegurança alimentar aguda, um aumento de 51% em relação a 2019.
No noroeste da Síria, as condições humanitárias estão piorando com as hostilidades frequentes e a crise econômica profunda. Por meio das operações entre fronteiras autorizadas pelo Conselho de Segurança, a ajuda chega para 2,4 milhões de pessoas todos os meses, um meio vital para a população do noroeste do país.
Segundo a Comissão de Inquérito sobre a Síria, as partes em conflito continuam falhando “na obrigação que têm em permitir e facilitar o acesso rápido e desimpedido de ajuda humanitária para os civis em todo o país”.