África do Sul abriga 5ª. conferência para eliminar trabalho infantil
Participantes de todo o mundo, reunidos em Durban, querem mais ação para erradicar o problema; número de crianças trabalhando aumentou; existem pelo 160 milhões nessa condição.
“O trabalho infantil é um inimigo do desenvolvimento de uma criança e do progresso”. Foi assim que o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, definiu a prática ao abrir a 5ª. Conferência sobre Eliminação do Trabalho Infantil, na cidade de Durban, nesta segunda-feira.
O número de crianças trabalhando está aumentando no mundo com quase um em cada 10 menores nessa condição. Os participantes do evento disseram que é preciso fazer mais para acabar com o problema.
Riqueza e sucesso
O evento na África do Sul é coordenado pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, pelo governo do país africano e parceiros.
Para o presidente Ramaphosa, nenhuma civilização, nenhum país ou economia pode se considerar à frente do progresso se sua riqueza e sucesso foram construídos nas costas das crianças.
Já o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, lembrou que o trabalho infantil não pode ser usado como pretexto ou uma consequência inevitável da pobreza. Para Ryder, o combate à pobreza é essencial, mas crianças no trabalho representam uma violação de um direito humano básico. E é obrigação de todos erradicar a prática.
Crianças trabalhando nas lavouras
A quantidade de crianças nessas condições subiu especialmente no grupo de 5 a 11 anos de idade.
Atualmente, existem 160 milhões de menores no trabalho. Um número que ameaça os avanços conquistados.
Esta é a primeira vez que a conferência é realizada na África, onde a quantidade de crianças trabalhando é alta e o progresso contra a situação é lento.
A maioria dos menores, quase 70%, trabalham na agricultura, geralmente ao lado de suas famílias.
Antes de Durban, o evento foi realizado em Buenos Aires, Brasília, Haia e Oslo.
A conferência em Durban deve terminar com um Chamado à Ação com compromissos concretos de acabar com o trabalho de crianças.