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Cientistas querem ajustes em estudos sobre acidificação de oceanos BR

Acidificação dos oceanos afeta setor das pescas e comunidades costeiras
ONU
Acidificação dos oceanos afeta setor das pescas e comunidades costeiras

Cientistas querem ajustes em estudos sobre acidificação de oceanos

Clima e Meio Ambiente

Proposta é que futuras análises levem em conta a variação ambiental; Aiea apoia pesquisa sobre mudanças nos mares com uso de técnicas nucleares e derivadas desta forma de energia para melhorar compreensão científica.

O impacto da acidificação dos oceanos nas espécies em diferentes partes do mundo foi mal calculado, até agora.

A conclusão é de um grupo de especialistas que destaca ser preciso considerar a variação ambiental sempre que se realizem estudos sobre o tema.

Suposições

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, divulgou um novo trabalho ressaltando que por esse detalhe ter sido desconsiderado, muitos resultados foram super ou subestimados.

A acidificação ameaça os corais de todo o mundo.
Dia Mundial dos Oceanos/Gaby Barathieu
A acidificação ameaça os corais de todo o mundo.

 

Uma análise de 86 trabalhos de pesquisa de especialistas de todo o mundo revela que grande parte deles não incluiu a variação natural nos níveis de acidez da linha de base nos mares do mundo, o que levou a hipóteses incorretas.

Estima-se que 95% da água do mar aberto tornou-se mais ácida desde o final da década de 1980. Entre os fatores estão a alta de dióxido de carbono, CO2, liberado pela ação humana para atmosfera para absorção pelo oceano.

A agência da ONU ajuda os países a usar técnicas nucleares e derivadas de energia nuclear para um melhor entendimento científico das mudanças nos mares.

Mudança

O oceano se torna gradualmente mais ácido à medida que absorve parte do CO2 em excesso na atmosfera. O pH vem diminuindo e animais precisam lidar com o ambiente em mudança.

Ao estudar o efeito da acidificação dos oceanos, os cientistas revelaram diversas respostas.

Por exemplo, no estudo de crustáceos chamados copépodes duas populações da mesma espécie mostraram respostas diferentes ao mesmo nível de acidificação: uma muito sensível e impactada negativamente em termos de crescimento e sobrevivência, enquanto a outra apresentou resposta positiva.

Como os humanos, pode existir a mesma espécie de um organismo em todo o mundo que entretanto pode evoluir ou sobreviver em seu habitat. A pesquisa revela que em matéria da acidificação dos oceanos, essa variação ambiental adiciona detalhes a serem considerados no processo de pesquisa.

Crescimento

Um estudo envolvendo especialistas no mar do Chile, da China e da Suécia analisou dados da Aiea sobre os efeitos do pH sobre características biológicas como ingestão, respiração, crescimento.

O exame feito a invertebrados costeiros, incluindo crustáceos, corais e ouriços-do-mar, foi dirigido pelo professor Cristian Vargas da Universidade de Concepción, no Chile.

Ondas de calor nos mares será acompanhada por acidificação e baixos níveis de O2
Coral Reef Image Bank/Yen-Yi Lee
Ondas de calor nos mares será acompanhada por acidificação e baixos níveis de O2

 

Os resultados publicados na revista Nature Climate Change  destacam que o impacto da acidificação dos oceanos foi mal calculado devido à falta de informações relacionadas aos habitats desses organismos.

A equipe internacional consultou 380 publicações antes de analisar resultados de 86 estudos independentes de acidificação dos oceanos cobrindo nove regiões costeiras.

Potencial

Os cientistas defendem que se adicione a variabilidade das condições ambientais para entender melhor as consequências da acidificação dos oceanos em espécies que habitam em diferentes ecossistemas.

De acordo com a recente pesquisa da Aiea existe potencial de se produzir novos conhecimentos a partir de recursos que já estão disponíveis.

Há 10 anos, a Aiea criou o Centro Internacional de Coordenação de Acidificação do Oceano. Os Laboratórios de Meio Ambiente em Mônaco foram instalados por causa da subida das preocupações da comunidade científica e dos governos em relação à questão que afeta os mares.