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Crises múltiplas paralisam progresso em Países Menos Desenvolvidos BR

Pok Thiem é um trabalhador da malária da aldeia e professor de escola de Luon Thmey, uma aldeia indígena Kreung em Stung Treng, Camboja
WHO/A. Raab
Pok Thiem é um trabalhador da malária da aldeia e professor de escola de Luon Thmey, uma aldeia indígena Kreung em Stung Treng, Camboja

Crises múltiplas paralisam progresso em Países Menos Desenvolvidos

Desenvolvimento econômico

Relatório da Organização Internacional do Trabalho indica que fraquezas estruturais nas 46 nações da lista podem ser agravadas se elas ficarem fora da recuperação global; grupo representa cerca de 12% da população global; criação de oportunidades de emprego e tecnologia podem contribuir com retomada.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, avalia que o progresso econômico e social nos países menos desenvolvidos, PMDs, foi desacelerado pelo impacto da pandemia, mudanças climáticas e atuais crises de energia e alimentos.

De acordo com um novo relatório da agência, a maioria dos PMDs respondeu rapidamente à crise de saúde, implementando uma ampla gama de pacotes de apoio, apesar do aumento das lacunas financeiras e do espaço fiscal limitado.

Diretor-geral da OIT, Guy Ryder
OIT/Crozet/Pouteau
Diretor-geral da OIT, Guy Ryder

Múltiplas crises

No entanto, o estudo aponta que as fraquezas estruturais tornaram essas nações mais vulneráveis ​​aos múltiplos choques atuais. E a crise pode se aprofundar ainda mais se elas não participarem plenamente da recuperação global.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, reconhece que os países menos desenvolvidos estão sob enorme pressão por conta do cenário global.

No entanto, ele acredita que, com as medidas certas de política macroeconômica e de emprego, podem ser criadas oportunidades em setores novos e existentes, impulsionadas por investimentos em possibilidades econômicas verdes e digitais.

O relatório ainda apresenta uma visão geral do progresso e dos desafios estruturais enfrentados pelos PMDs na transformação estrutural, transição para economias mais verdes e a criação de emprego pleno e produtivo e trabalho decente.

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Países Menos Desenvolvidos

Atualmente, existem 46 países na lista de países menos desenvolvidos, representando 12% da população mundial.

Eles se caracterizam por terem baixos níveis de renda e serem mais vulneráveis a choques econômicos e ambientais, também têm baixo desenvolvimento humano, extrema pobreza e altas taxas de mortalidade.

De acordo com o levantamento, as vulnerabilidades dos PMDs são, em grande parte, o resultado de fracas capacidades produtivas associadas às baixas competências humanas, infraestrutura inadequada e limitações de acesso e uso de tecnologias.

São também o resultado de instituições fracas, incluindo as instituições de trabalho e os sistemas de proteção social.

Informalidade

Os dados da OIT apontam que o emprego informal é generalizado e representa quase 90% da forma de trabalho nos PMDs.

O relatório avalia como as tecnologias digitais podem trazer grandes benefícios aos PMDs, particularmente aqueles com grandes populações jovens, desde que investimentos significativos sejam feitos em capital, habilidades e conhecimento para apoiar o trabalho decente produtivo e inclusivo.

 O relatório inclui recomendações de políticas para uma recuperação centrada no ser humano que seja inclusiva, sustentável e resiliente.

Para a OIT, é necessário expandir a assistência e cooperação internacional, incluindo a Assistência Oficial ao Desenvolvimento, para fortalecer a saúde e evitar restrições e barreiras desnecessárias ao comércio e à migração.

Coerência das políticas

A agência da ONU também sugere fortalecer as instituições e as políticas de emprego para a criação de trabalho decente e aumentar a coerência das políticas de ação climática para economias mais verdes.

Por fim, a OIT reforça que direitos como como liberdade de associação, negociação coletiva e outros princípios e direitos fundamentais no trabalho também devem ser fortalecidos.

Segundo o estudo, as iniciativas melhorariam a confiança no governo, facilitariam uma mudança progressiva para atividades de alto valor agregado e ambientalmente sustentáveis, além de ajudarem a reduzir a pobreza e a desigualdade e contribuir para justiça social.