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Fórum de Povos Indígenas na ONU promove direitos humanos e autonomia BR

Visão do Salão da Assembleia Geral da ONU antes da abertura do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas
UN Photo/Manuel Elias
Visão do Salão da Assembleia Geral da ONU antes da abertura do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas

Fórum de Povos Indígenas na ONU promove direitos humanos e autonomia

Direitos humanos

Evento, aberto na segunda-feira tem duração de duas semanas, e reúne indígenas de diversas partes do mundo; representantes afirmam que preservação da cultura é fundamental para proteção ambiental e legado.

O Fórum Permanente sobre Questões Indígenas começou nesta segunda-feira. O evento acontece entre 25 de abril e 6 de maio na sede das Nações Unidas em Nova Iorque em formato híbrido. A reunião será transmitida na íntegra pela UN Web TV.

Com o tema “Povos indígenas, negócios, autonomia e os princípios de direitos humanos da devida diligência, incluindo o consentimento livre, prévio e informado”, o fórum busca aumentar a conscientização e promover a integração e coordenação das atividades relacionadas às questões indígenas com o sistema ONU.

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Acnur Brasil
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Proteção a biodiversidade

Na abertura, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdulla Shahid, destacou a celebração da diversidade linguística e cultural que as comunidades indígenas representam.

No entanto, ele também reforçou ser necessário reconhecer os desafios que eles enfrentam e reafirmar a importância de proteger seus direitos e bem-estar.

Para ele, há muito o que aprender com as comunidades indígenas, especialmente nas pautas ambientais.

Segundo Shahid, ao seguir seu exemplo, é possível preservar a biodiversidade da Terra e avançar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Meninas em comunidade indígena na Colômbia
UNODC/Laura Rodriguez Navarro
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Línguas indígenas

O presidente da Assembleia Geral destacou também que este ano marca o início da Década Internacional das Línguas Indígenas até 2032.

Ele afirma que embora seja conhecido que os povos indígenas representam menos de 5% da população global, embora sejam guardiões de 80% da biodiversidade global, é um fato menos conhecido que a alta diversidade linguística só é possível onde “as condições para a diversidade biológica prosperam”.

Shahid explicou que há evidências científicas crescentes de que as línguas indígenas ricas em tradições orais oferecem evidências de eventos que aconteceram há milhares de anos.

Para ele, ao preservar estas línguas, protegemos uma parte importante do patrimônio humano.

ONU pede ações para assegurar que pessoas tenham acesso a ambientes saudáveis e reforça a participação dos indígenas, “guardiões da biodiversidade”
Pnud/Ya'axche
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Líderes indígenas

Já o presidente eleito do Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas e Líder da Organização Nacional Indígena da Colômbia, Dario José Mejia Montalvo, destacou a importância de proteger populações nativas para as questões climáticas e de preservação do meio ambiente.

Reforçando a mensagem do Presidente da Assembleia Geral da importância dos indígenas na proteção do meio-ambiente, ele afirmou que a falta de políticas que assegurem a sua sobrevivência, também ameaça a biodiversidade global.

A chefe nacional da Assembleia das Primeiras Nações, RoseAnne Archibald, denunciou o impacto da colonização nas culturas nativas no Canadá, especialmente nas línguas indígenas, que foram proibidas.

Ela ainda fez um apelo para uma investigação independente às instituições de ensino que existiram no país para crianças indígenas.

Segundo RoseAnne Archibald, é necessário ter mais informações sobre as violações de direitos humanos que aconteceram no Canadá para evitar novos casos no futuro.