Próximas semanas serão cruciais para pausa humanitária na Ucrânia BR

Desenrolar da guerra e das conversações será essencial, segundo o chefe dos Assuntos Humanitários da ONU; Martin Griffiths destacou importância da Turquia na aproximação das partes.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, falou esta segunda-feira a jornalistas sobre a visita à Rússia e à Ucrânia como parte da busca de um possível cessar-fogo para o conflito em território ucraniano.
Duas semanas após ter sido indicado pelo secretário-geral António Guterres, o chefe do auxílio de emergência disse que 1,3 mil funcionários humanitários atuam no terreno.
O coordenador explicou que a meta da viagem era assegurar que as autoridades de Moscou e Kyiv estavam a par das aspirações sobre uma possível pausa, trégua ou cessar-fogo de natureza humanitária.
Martin Griffiths esclareceu que a proposta era cobrir todo o território ucraniano tal como também ele tentou no Iêmen.
O segundo objetivo era discutir possíveis melhorias no sistema de notificação humanitária. Essas são as bases para passagem segura e corredores humanitários para canalizar suprimentos, tanto em lugares onde ações estão em curso ou onde comboios da Cruz Vermelha evacuam os moradores.
O subsecretário-geral também debateu estas questões durante sua presença na Polônia e na cidade suíça de Genebra.
Griffiths disse que de momento as autoridades russas não têm no topo de sua agenda um cessar-fogo humanitário com as forças ucranianas, um assunto que “não é simples de negociar”, mas pode ser possível em algumas semanas.
Ele explicou que tal desfecho dependerá tanto da guerra como das negociações, mas somente estabelecendo o mínimo de um clima de confiança entre as partes nas conversas em andamento se permitirá observar o início de um virar das atenções da Rússia rumo a “potenciais acordos de cessar-fogo".
Para isso, Griffiths destacou que é preciso acompanhar de uma forma cuidadosa as conversas e a deslocação que ele fará para a região durante esta semana.
O chefe de ajuda humanitária disse viajará para a Turquia para trocar ideias sobre a série de temas com altos funcionários locais.
Na capital ucraniana, ele disse que as autoridades acolheram a ideia de grupos de contato e de pausas humanitárias locais nos próximos dias.
Para a cidade portuária de Marioupol, ele afirmou que será preciso esperar por uma janela de três dias para uma possível evacuação. A organização espera transportar ajuda para a região leste de Donetsk e de lá enviar suprimentos para Luhansk.