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ONU lança apelo humanitário de US$ 1,7 bilhão para o Sudão do Sul BR

Mais pessoas deverão abandonar seus lares com inundações em grande escala,
Acnur/Samuel Otieno
Mais pessoas deverão abandonar seus lares com inundações em grande escala,

ONU lança apelo humanitário de US$ 1,7 bilhão para o Sudão do Sul

Ajuda humanitária

Valor pretende atender necessidades de 6,8 milhões de pessoas neste ano; época de escassez no período entre maio e julho deve resultar em grave insegurança alimentar; país africano prepara-se para enfrentar novas inundações e prevê medidas para conter violência.

As Nações Unidas precisam de US$ 1,7 bilhão para atender as necessidades humanitárias de 6,8 milhões de sul-sudaneses em situação de maior fragilidade em 2022. Entre os mais vulneráveis estão mulheres, meninas, idosos e pessoas com deficiência. 

Nesta quinta-feira, o Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários, Ocha, lançou um apelo aos doadores em Juba. A meta é assegurar assistência e proteção urgentes aos afetados.

Grave escassez

O Plano de Resposta Humanitária do Sudão do Sul 2022/2023 estima que 8,9 milhões de pessoas enfrentarão necessidades significativas neste ano. Um dos principais fatores será a grave insegurança alimentar prevista para o pico da temporada de escassez, de maio a julho.

ONU estima que 8,9 milhões de pessoas enfrentarão necessidades significativas neste ano
PMA/Gabriela Vivacqua
ONU estima que 8,9 milhões de pessoas enfrentarão necessidades significativas neste ano

 

A coordenadora humanitária das Nações Unidas no Sudão do Sul, Sara Beysolow Nyanti, apontou como principais causas da crise “os efeitos cumulativos de anos de choques relacionados ao clima, como enchentes e secas, conflitos e violência em nível nacional que destruíram casas e meios de subsistência”.

Existem mais de 2 milhões de deslocados em território sul-sudanês. Muitos deles vivem nessa situação há vários anos.

Mais pessoas deverão abandonar seus lares com inundações em grande escala, que ocorrem pelo quarto ano consecutivo no Sudão do Sul espalhando destruição.

Destruição 

Uma das principais áreas de assistência será a proteção e prevenção da violência, especificamente sexual. A chefe humanitária no Sudão do Sul diz que é essencial atuar junto a mulheres e meninas. 

Famílias deslocadas que fugiram da violência se abrigam em Tambura, no Sudão do Sul
Unmiss
Famílias deslocadas que fugiram da violência se abrigam em Tambura, no Sudão do Sul

 

Nyanti defende que os responsáveis por tais crimes sejam levados à justiça, e os funcionários humanitários “continuem atuando em ações de desenvolvimento com outros parceiros para garantir que as causas profundas das crescentes necessidades humanitárias sejam abordadas”.

No ano passado, mais de 5,3 milhões de pessoas foram atendidas com alimentos, artigos de saúde, água, saneamento, educação, meios de subsistência, nutrição e serviços essenciais de proteção no mais novo país do mundo.