Vice-chefe da ONU pede investimento em pessoas mais afetadas pela pandemia
Amina Mohammed abriu Fórum Ásia-Pacífico sobre Desenvolvimento Sustentável e também defendeu benefícios da inclusão na rápida transição dos combustíveis fósseis a novos modelos de desenvolvimento de baixo carbono.
A vice-secretária-geral das Nações Unidas disse que é preciso investir em mulheres, jovens, pessoas com deficiência e trabalhadores no setor informal, ao mesmo tempo em que se aposta em refugiados e migrantes.
Amina Mohammed fez a declaração em Bangkok, capital da Tailândia, que abriga o 9º. Fórum Ásia-Pacífico sobre Desenvolvimento Sustentável. O evento é organizado pela Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia e o Pacífico, Escap.
Pandemia
Para ela, estes grupos foram os mais atingidos pela pandemia e continuarão “a pagar o preço mais alto se não forem tomadas medidas urgentes”.
Mohammed acrescentou que alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável “nunca seria fácil. Mas ainda é possível.”
A vice-secretária-geral pediu aos países da Ásia e do Pacífico que acelerem a mudança de combustíveis fósseis para novos modelos de desenvolvimento de baixo carbono, “de uma maneira justa e inclusiva”.
A vice-chefe da ONU compreende que abandonar o carvão e os combustíveis fósseis em uma região que responde por 75% da capacidade global de geração do recurso não será fácil. Mas a aposta é essencial para o futuro comum e “financeira e tecnologicamente possível.”
Resiliência
Ela também destacou a necessidade de maiores investimentos para fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento de se adaptar e construir resiliência aos impactos das mudanças climáticas.
Com a pandemia e as recentes crises, a região está entre as que mais ações deve adotar para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Até sexta-feira, o Fórum reunirá altos funcionários de entidades como as Nações Unidas, governos, setor privado, jovens e sociedade civil.
Pobreza
A meta é promover a partilha de experiências e a mobilização de uma atuação regional sob o tema “Reconstruindo melhor a partir do Covid-19 enquanto se avança na implementação completa da Agenda 2030 na Ásia e no Pacífico”.
Quase 90 milhões de pessoas na região foram novamente lançadas na pobreza extrema passando a viver com um rendimento abaixo de US$ 1,90 por dia.
Estima-se que acima de 30 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda.
A Ásia e Pacífico teve ainda uma perda de entre 109 e 166 milhões de empregos, representando quase 70% do total de postos de emprego afetados em todo o mundo.