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No Dia Mundial da Meteorologia, ONU prioriza sistemas de alerta precoce BR

Uma tempestade de raios vista de Istria, na Croácia. Aquecimento global agrava ainda mais a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos
OMM/Boris Baran
Uma tempestade de raios vista de Istria, na Croácia. Aquecimento global agrava ainda mais a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos

No Dia Mundial da Meteorologia, ONU prioriza sistemas de alerta precoce

Clima e Meio Ambiente

Um terço da população mundial ainda não tem cobertura de mecanismos de aviso prévio; secretário-geral chama a atenção para dimensão de prejuízos globais dos fenômenos climáticas causados pela ação humana.

As Nações Unidas vão liderar novas ações para garantir a proteção dos habitantes do planeta por sistemas de alerta precoce nos próximos cinco anos.

A informação foi dada na celebração do 23 de março, o Dia Mundial da Meteorologia.  O lema da data em 2022 é “Alerta Antecipado e Ação Antecipada” e ressalta a importância da iniciativa para a redução do risco de desastres.

Mensagem do secretário-geral da ONU no Dia Mundial da Meteorologia

Perturbações

A data marca a entrada em vigor da convenção que criou a Organização Meteorológica Mundial, OMM, em 1950. Uma das ênfases dos eventos globais é mostrar como os serviços meteorológicos contribuem para a segurança e o bem-estar da sociedade.

Em mensagem, o secretário-geral António Guterres lembrou os danos causados pela humanidade como reflexo das perturbações climáticas que afetam todas as regiões.

O chefe da ONU mencionou o relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas que detalha o sofrimento que já acontece. Segundo ele, metade da humanidade já está na zona de perigo. A previsão é que o aumento do aquecimento global agrave ainda mais a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos.

Por isso, Guterres pede a limitação do aumento da temperatura global a 1,5oC. Esse nível exige uma redução de 45% nas emissões globais até 2030 para atingir a neutralidade de carbono em meados do século.

 Atualmente, eventos climáticos extremos deslocam quatro vezes mais pessoas no mundo do que conflitos.
Acnur/Fauzan Ijazah
Atualmente, eventos climáticos extremos deslocam quatro vezes mais pessoas no mundo do que conflitos.

Aquecimento Global

No entanto, as Nações Unidas têm ressaltado que com base nos atuais planos climáticos nacionais, o aquecimento global deverá atingir 2,7°C até o final do século.

Para Guterres, tais compromissos devem elevar as emissões globais quase 14% nesta década.

O líder das Nações Unidas apela os países a acabar com “o vício dos combustíveis fósseis, especialmente do carvão”.

Ao mesmo tempo, ele recomenda um investimento na adaptação e resiliência, além de informações para antecipar tempestades, ondas de calor, inundações e secas.

A poluição do ar pelas usinas de energia contribui para o aquecimento global
Unsplash/Marek Piwnicki
A poluição do ar pelas usinas de energia contribui para o aquecimento global

África

Guterres destaca que um terço da população mundial, principalmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, ainda não tem cobertura de sistemas de alerta precoce.

Na África, a proporção chega a 60% das pessoas.

O chefe da ONU lembrou que os sistemas de alerta precoce e ações prévias salvam vidas.

Para garantir a liderança nesse campo no próximo quinquênio, ele solicitou à OMM que apresente um plano de ação na próxima conferência climática das Nações Unidas, prevista para este ano no Egito.