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Guterres abre CSW em defesa da liderança de mulheres rumo ao futuro sustentável BR

Este ano, CSW ressalta igualdade de gênero e empoderamento feminino no contexto das mudanças climáticas, ambientais e de desastres
ONU/Bruno Spada
Este ano, CSW ressalta igualdade de gênero e empoderamento feminino no contexto das mudanças climáticas, ambientais e de desastres

Guterres abre CSW em defesa da liderança de mulheres rumo ao futuro sustentável

Mulheres

Nova Iorque sedia por duas semanas o maior encontro anual sobre igualdade de gênero e empoderamento das mulheres; secretário-geral soa alarme sobre alta da violência e ameaças a defensoras dos direitos humanos e ativistas ambientais.

As Nações Unidas iniciaram esta segunda-feira a 66ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW.

O foco do maior fórum global que aborda questões sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino em 2022 será chegar a essa meta no contexto das mudanças climáticas, ambientais e de desastres.

Políticas fortes

Na abertura da reunião, o secretário-geral disse que este ano a CSW confronta uma das questões mais urgentes do tempo atual.

Secretário-geral considera que  todas as pessoas, incluindo homens e meninos, devem trabalhar pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero
Unfpa Sudão
Secretário-geral considera que todas as pessoas, incluindo homens e meninos, devem trabalhar pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero

 

António Guterres frisou que as crises sem precedentes do clima, poluição, desertificação e perda de biodiversidade, aliadas à pandemia, além do impacto de conflitos novos e em andamento  “se aceleraram e pioraram para crises interligadas que afetam amplamente a todos”.

Sobre o tema, a presidente do evento, Mathu Joyini, disse que o sucesso das decisões da  reunião da CSW em curso deve ser medido por ações concretas com impacto na vida de milhões de meninas e mulheres em todos os lugares.

A representante destacou que as beneficiárias olham para a comissão como o órgão intergovernamental que lhes dirija e recomende políticas fortes sobre as áreas em foco neste ano.

Patriarcado

O chefe da ONU ressaltou que o mundo ainda vive  o resultado de milênios de patriarcado, que exclui as mulheres e impede que suas vozes sejam ouvidas.

Para António Guterres, não se pode realizar nenhum dos objetivos globais sem a contribuição de todos.

Por esse motivo, o secretário-geral considera que  todas as pessoas, incluindo homens e meninos, devem trabalhar pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero.

A sul-africana Mathu Joyini preside a 66ª sessão da Comissão sobre a Condição da Mulher.
ONU Video
A sul-africana Mathu Joyini preside a 66ª sessão da Comissão sobre a Condição da Mulher.

 

O secretário-geral ressaltou ainda que a liderança e a participação igualitárias são essenciais para criar comunidades e sociedades pacíficas e resilientes.

Futuro Sustentável

Ele disse que não se pode separar o perigoso estado de paz em nosso mundo de estruturas de longa data de patriarcado e exclusão.

Para Guterres, a resposta coletiva às crises traçará o curso nas próximas décadas.

Como ferramenta para forjar o futuro sustentável que se precisa, Guterres destacou que “mulheres e meninas devem estar na frente e no centro, liderando o caminho”.

Aumento da violência

Guterres ressaltou que quando ocorrem desastres climáticos, agora com frequência cada vez maior, pesquisas mostram que mulheres e crianças têm até 14 vezes mais chances de morrer do que os homens.

Ele disse que a mudança climática está exacerbando os conflitos em todo o mundo, com mulheres pacifistas muitas vezes na linha de frente da manutenção da paz e trabalhando para manter suas famílias e comunidades em movimento, mesmo nas garras de crises interligadas.

O secretário-geral declarou ainda estar profundamente alarmado com o aumento da violência e ameaças contra defensoras dos direitos humanos e ativistas ambientais.

Ativistas participam de marcha contra a violência de gênero no Equador
© UN Women/Johis Alarcon
Ativistas participam de marcha contra a violência de gênero no Equador