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Mais de 47 mil pessoas morreram em rotas migratórias durante oito anos BR

Fórum Internacional de Revisão de Migração acontece entre 17 e 20 de maio
© Unicef/Ashley Gilbertson
Fórum Internacional de Revisão de Migração acontece entre 17 e 20 de maio

Mais de 47 mil pessoas morreram em rotas migratórias durante oito anos

Migrantes e refugiados

Rede de Migração das Nações Unidas pede compromissos concretos e empenho de países para salvar vidas ameaçadas; grupo apresenta expetativas a dois meses do primeiro Fórum Internacional de Revisão de Migração. 

Mais de 47 mil pessoas morreram ao longo de rotas globais de migração nos últimos oito anos, segundo a Rede de Migração das Nações Unidas.

O grupo que junta dados de dezenas de agências que atuam na questão informou ainda que milhares de pessoas não foram registradas depois de perderem contato com suas famílias.

Busca e salvamento

A sugestão é que os países assumam compromissos concretos e se empenhem em salvar vidas ameaçadas pelo problema. A prioridade deve ser em melhorar a cooperação nas operações de busca e salvamento.

Outro apelo é que melhore a pesquisa e identificação com mecanismos de troca de informações e esforços entre países de origem, trânsito e destino. A rede quer que as famílias dos mortos ou vítimas de desaparecimento forçado sejam compensadas.

Para conter mortes ou o desaparecimento de migrantes os países devem atuar de forma independente à situação migratória
Acnur/ Luiz Fernando Godinho
Para conter mortes ou o desaparecimento de migrantes os países devem atuar de forma independente à situação migratória

 

A nota destaca que o total de pessoas que perderam a vida em rotas migratórias exclui pessoas detidas, retidas ou que tenham sido deportadas, além de crianças desacompanhadas, separadas ou feridos graves.

Para a Rede de Migração da ONU com parentes desaparecidos nessas vias “muitas famílias geralmente enfrentam consequências socioeconômicas, psicológicas, administrativas e legais arrasadoras”. 

O fenômeno não é somente um motivo de angústia, “mas pode afetar o acesso à propriedade, à herança e aos direitos parentais ou sociais.”

Assistência 

O comunicado destaca que enfrentar essas dinâmicas é uma responsabilidade de todos os países, incluindo em pontos de origem, trânsito e destino. 

A situação requer esforços locais e nacionais de várias partes interessadas. Nessas medidas “as vozes dos migrantes e o envolvimento das famílias afetadas permanecem essenciais.”

Solicitantes de refúgio da Nicarágua aguardam para apresentar seus pedidos no escritório de imigração na capital da Costa Rica, San Jose (agosto de 2018).
Foto: Acnur/Roberto Carlos Sanchez
Solicitantes de refúgio da Nicarágua aguardam para apresentar seus pedidos no escritório de imigração na capital da Costa Rica, San Jose (agosto de 2018).

A declaração expressa alarme com “a tendência crescente de criminalizar ou obstruir os esforços para fornecer assistência humanitária essencial, incluindo esforços de busca e salvamento e assistência médica a migrantes necessitados”, o que contraria compromissos internacionais.

O apelo aos Estados é que respeitem suas obrigações, incluindo o direito humanitário “defendendo o direito à vida e o à saúde para todos os indivíduos, independentemente de nacionalidade, origem étnica ou social, gênero, situação de migração ou outros motivos, o direito à família, o melhor interesse das crianças e a proibição absoluta de desaparecimento forçado ou detenção arbitrária, entre outros”.

Intervenções 

O pronunciamento foi publicado na preparação do primeiro Fórum Internacional de Revisão de Migração, agendado para 17 a 20 de maio.

Para conter mortes ou o desaparecimento de migrantes os países devem atuar de forma independente à situação migratória, inclusive por “mecanismos de desembarque claros e previsíveis que assegurem que os sobreviventes sejam entregues a um local seguro e que todas as crianças recebam cuidados e acolhimento adequados não carcerários”.