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Conselho de Segurança debate situação humanitária na Ucrânia BR

Mais de 1,7 milhão de pessoas já cruzaram as fronteiras para fugir da violência desde o início da ofensiva russa contra o país em 24 de fevereiro
© Unicef/John Stanmeyer VII Photo
Mais de 1,7 milhão de pessoas já cruzaram as fronteiras para fugir da violência desde o início da ofensiva russa contra o país em 24 de fevereiro

Conselho de Segurança debate situação humanitária na Ucrânia

Paz e segurança

Participam da reunião chefe do Unicef, Catherine Russell, e o coordenador de assistência humanitária da ONU, Martin Griffiths; reunião foi solicitada por Albânia e Estados Unidos; mais de 1,7 milhão de pessoas cruzaram as fronteiras para fugir da violência.

A situação humanitária na Ucrânia é o tema de uma reunião do Conselho de Segurança na tarde desta segunda-feira.

O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que esta é a maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. 

O encontro no Conselho de Segurança foi pedido pela Albânia e pelos Estados Unidos
ONU/Loey Felipe
O encontro no Conselho de Segurança foi pedido pela Albânia e pelos Estados Unidos

Usina nuclear

Mais de 1,7 milhão de pessoas já cruzaram as fronteiras para fugir da violência desde o início da ofensiva russa contra o país em 24 de fevereiro. 

O encontro no Conselho de Segurança foi pedido pela Albânia e pelos Estados Unidos. É a segunda reunião em menos de três dias, a última foi sexta-feira, 4 de março, quando o órgão foi convocado após o ataque da Rússia à usina nuclear de Zaporizhzhya, considerada a maior instalação atômica da Europa.Desta vez, participa o coordenador humanitário da ONU, Martin Griffiths, que descreveu as emergências dos ucranianos.

Apelo humanitário

Griffiths afirmou que em 11 dias desde a escalada da violência, do medo e da dor. Desde 6 de março, o Escritório de Direitos Humanos da ONU documentou pelo menos 1.207 incidentes com civis feridos e mortos. O total de mortos foi de 406.  

Mas segundo ele, o número pode ser ainda maior. Griffiths pediu uma passagem segura para que os civis possam fugir e os trabalhadores humanitários possam entregar ajuda.

O coordenador da ONU pediu um sistema de comunicação constante com todas as partes envolvidas no conflito para que o movimento possa ser feito. 

Coordenador humanitário da ONU, Martin Griffiths
Foto: UN Photo/Loey Felipe
Coordenador humanitário da ONU, Martin Griffiths

Equipe em Moscou

Griffiths contou que enviou uma equipe a Moscou após uma chamada telefônica do secretário-geral António Guterres com o ministro da Defesa russo.

Na semana passada, a ONU lançou um alerta relâmpago no valor de US$ 1,7 bilhão para atender às vítimas do conflito dentro e fora da Ucrânia.

O Unicef afirma que mais de 500 mil crianças estão entre a população que cruzou as fronteiras para fugir dos bombardeios. Elas estão expostas a vários riscos incluindo o de tráfico humano. A diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell, disse ao Conselho que a situação é desesperadora.

Mulheres e crianças

Ela disse que as mulheres estão dando à luz em instalações improvisadas e que milhões de pessoas estão sofrendo com o impacto do conflito. Segundo o Unicef, os bombardeios mataram pelo menos 27 crianças morreram e mais de 40 ficaram feridas. 

Muitas crianças que cruzam as fronteiras desacompanhadas estão sendo abrigadas em orfanatos.

Em 6 de março de 2022, mulher descansa com seus filhos depois de viajar de Ovruch, na Ucrânia, para Medyka, na Polônia
© Unicef/John Stanmeyer VII Photo
Em 6 de março de 2022, mulher descansa com seus filhos depois de viajar de Ovruch, na Ucrânia, para Medyka, na Polônia

Estruturas civis

O Conselho de Segurança da ONU já realizou várias reuniões de emergência sobre a situação na Ucrânia. A Rússia, que é um dos membros permanentes do órgão, negou que a operação militar do país esteja afetando estruturas civis na Ucrânia.

A ONU está se preparando para ajudar pelo menos 4 milhões de refugiados nas próximas semanas e 12 milhões de deslocados internos na Ucrânia. Após a reunião desta segunda-feira, os 15 países-membros do Conselho de Segurança se encontram a portas fechadas para continuar a discutir a emergência humanitária.

No domingo, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, disse que estava “extremamente preocupado” com a notícia de que a Rússia havia assumido o controle da usina de Zaporizhzhya, o que segundo ele contraria os pilares da segurança nuclear. Mariano Grossi se ofereceu para viajar a Chernobil.