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Unicef e Moçambique reforçam parcerias para apoiar primeira infância BR

Dados do Unicef indicam que Moçambique tem cerca de 4,6 milhões de crianças de 0 a 4 anos
ONU/Eskinder Debebe
Dados do Unicef indicam que Moçambique tem cerca de 4,6 milhões de crianças de 0 a 4 anos

Unicef e Moçambique reforçam parcerias para apoiar primeira infância

Ajuda humanitária

País africano tem cerca 4,6 milhões de crianças de 0 a 4 anos; em mesa redonda no fim de fevereiro; agência da ONU afirmou que fase da vida merece investimentos que se traduzem em ganhos para futuras gerações e para a nação.

Investir nos primeiros anos de vida de uma criança foi o tema de uma mesa redonda, realizada pelo Unicef em Moçambique, no apoio à primeira infância de 4,6 milhões de menores.

A “importância do aumento de investimento no desenvolvimento da primeira infância”, contou com participantes do governo, da sociedade civil e parceiros do Unicef, em 25 de fevereiro.

Mery José António, docente universitária e consultora em projetos de desenvolvimento da primeira infância
Ouri Pota
Mery José António, docente universitária e consultora em projetos de desenvolvimento da primeira infância

Temática do gênero

Segundo especialistas, o bom investimento pode reduzir os níveis de desnutrição crônica em crianças abaixo de 5 anos, numa altura em que Moçambique tem uma taxa de 43% nesta área.

Mery José António, docente universitária e consultora em projetos de desenvolvimento da primeira infância, DPI, citou a importância de debates com temática do gênero. Ela disse que só assim pode se definir que tipo de sociedade se pretende.

“As intervenções na primeira infância melhoram em grande medida aquilo que é o futuro da sociedade. Uma criança cuja intervenção foi profunda, ainda na primeira infância, torna-se um adulto mais consciente, melhor formado que melhor pode contribuir para desenvolvimento da sociedade, porque temos um adulto que desenvolveu fisicamente, cognitivamente, socialmente de uma forma qualitativa”.

Isália Mate, chefe departamento na Faculdade de Educação, na mais antiga universidade do país, Universidade Eduardo Mondlane
Ouri Pota
Isália Mate, chefe departamento na Faculdade de Educação, na mais antiga universidade do país, Universidade Eduardo Mondlane

Falta de recursos

Para Isália Mate, chefe departamento na Faculdade de Educação, na mais antiga universidade do país, Universidade Eduardo Mondlane, considera que academia desempenha papel importante quando se aborda a questão do DPI. Dos vários desafios ela cita fraca absorção de formandos e a falta de recursos para execução das suas atividades.

“Nós contribuímos na área de ensino, extensão e na área da pesquisa, e tudo isso precisa de recursos, estes recursos que às vezes nos têm sido escassos. Precisamos de infraestruturas, salas, ferramentas e instrumentos. Agora com a questão de híbrido/on-line vários outros recursos exigem muito de nós e isso constitui um grande desafio para nós nesse âmbito do nosso trabalho como academia.”  

Osvaldo Lourenço é Presidente da Associação Cultural Muodjo e participa pela segunda vez na mesa redonda sobre Investimento no Desenvolvimento da Primeira Infância. Ele considera que há progressos, porém é preciso que o investimento chegue às comunidades.

Osvaldo Lourenço é Presidente da Associação Cultural Muodjo
Ouri Pota
Osvaldo Lourenço é Presidente da Associação Cultural Muodjo

Escolinha comunitárias

“Sentimos que de fato não está a acontecer um investimento muito em particular nas escolinhas comunitárias. Nós como membro da rede de intervenção da primeira infância, somos da opinião que possam pensar em trazer apoio ou injeções diretas as organizações de base para fortalecer sobretudo os nossos ativistas as nossas comunidades... Por que unidos somos todos mais fortes.”

Dados do Unicef indicam que Moçambique tem cerca de 4,6 milhões de crianças de 0 a 4 anos.

A taxa de desnutrição crônica é de 43% e existe apenas cerca de 4% no acesso aos serviços de educação de infância.

De Maputo para ONU News, Ouri Pota