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Conselho de Segurança aprova reunião emergencial na Assembleia Geral sobre a Ucrânia BR

Família ucraniana espera para entrar em trem em estação em Lviv, próximo à fronteira com a Polônia.
Foto: © UNICEF/Viktor Moskaliuk
Família ucraniana espera para entrar em trem em estação em Lviv, próximo à fronteira com a Polônia.

Conselho de Segurança aprova reunião emergencial na Assembleia Geral sobre a Ucrânia

Paz e segurança

11 países que votaram a favor; Rússia votou contra, porém não pôde usar poder de veto; representantes dos 193 países-membros da ONU estarão reunidos na segunda-feira para votar resolução condenando ação militar na Rússia; Ucrânia entra com pedido no Tribunal Penal Internacional para que Rússia seja investigada por genocídio. 

O Conselho de Segurança aprovou, na tarde deste domingo, em Nova Iorque, a realização de uma sessão especial de emergência na Assembleia Geral da ONU sobre a Ucrânia. 


Foram 11 países que votaram a favor da reunião, incluindo Brasil, Estados Unidos e França. A Rússia foi contra a decisão, mas usar o poder de veto não é permitido neste tipo de procedimento. Três nações se abstiveram na votação: China, Índia e Emirados Árabes Unidos. 


Peso Político 

Embaixador da Ucrânia na ONU,  Sergiy Kyslytsya, no Conselho de Segurança.
Foto: UN Photo/Evan Schneider
Embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, no Conselho de Segurança.


Pela decisão do Conselho de Segurança, os 193 países-membros das Nações Unidas farão a sessão de emergência às 10h desta segunda-feira, em Nova Iorque. O objetivo será votar uma resolução condenando a ofensiva militar russa na Ucrânia. 


A resolução, que poderá ser aprovada pela Assembleia Geral com dois terços de votos a favor, não será vinculativa, mas terá um peso político, passando uma forte mensagem sobre a posição da comunidade internacional em relação à guerra. 


Após a votação no Conselho de Segurança, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU foi a primeira a explicar o seu voto a favor.


Posições do Brasil e dos EUA 

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Linda Thomas-Greenfield declarou que “a Rússia não pode vetar nossas vozes, nem o povo ucraniano”. A embaixadora americana afirmou ainda que a “Rússia não pode vetar a Carta da ONU” e afirmou que a decisão do presidente Vladimir Putin de colocar as forças nucleares em alerta máximo é “mais um passo desnecessário que ameaça a todos”. Thomas-Greenfield apelou à Rússia para “diminuir a perigosa retórica sobre armas nucleares”. 


O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, também fez um apelo à Rússia, para colocar um fim imediato às hostilidades. 


O embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho mencionou também os números mais recentes da Agência da ONU para Refugiados, afirmando que já passam de 420 mil o total de ucranianos que cruzaram as fronteiras e buscaram refúgio nos países vizinhos. 


Ucrânia entra com recurso no TPI 


O embaixador da Rússia na ONU também falou na sessão do Conselho de Segurança. Vasily Nebenzya disse que seu país não está atacando nenhuma estrutura civil na Ucrânia, como escolas e hospitais e acusou de “mentirosas” as informações que dizem o contrário. 


O representante da Ucrânia foi o último a discursar no Conselho de Segurança. 

Sergiy Kyslytsya afirmou que pelo menos 16 crianças foram mortas desde o dia 24 de fevereiro. 
O embaixador ucraniano anunciou ainda que seu país entrou com recurso junto ao Tribunal Penal Internacional, TPI, para que o órgão tome “medidas para evitar o agravamento das disputas entre as partes sob a Convenção do Genocídio”. 


No documento registrado junto ao TPI, a Ucrânia acusa a “Rússia de planejar atos de genocídio” e afirma que “a Rússia está matando e ferindo ucranianos de forma intencional”. 


O embaixador Kyslytsya anunciou ainda a criação de uma linha de telefone exclusiva para famílias de soldados russos que estão lutando na guerra. 


O Conselho de Segurança voltará a se reunir na tarde de segunda-feira, para debater a situação humanitária na Ucrânia.