Reunião da Assembleia Geral sobre Ucrânia tem mais de 50 oradores inscritos
Encontro anual sobre a situação dos territórios ocupados da Ucrânia, Item 67 da agenda, será realizada em meio à tensão no país após a Rússia despachar tropas para a nação vizinha; Conselho de Segurança fez sessão de emergência na segunda-feira.
A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza, nesta quarta-feira, uma reunião anual sobre o item 67 de sua agenda: “A situação dos territórios ocupados da Ucrânia”.
O encontro, que também ocorreu em 23 de fevereiro do ano passado, acontece desta vez em meio à escalada da tensão no país.
Decisão
Na noite de segunda-feira, o Conselho de Segurança, em sessão de emergência, discutiu a situação após a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de reconhecer as regiões de Donestsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, como “Estados independentes”, horas antes, e despachar tropas para a área.
A reunião desta quarta-feira, na Assembleia Geral, é dirigida pelo presidente da Casa, Abdulla Shahid. Segundo ele, todos os lados devem intensificar suas negociações para diminuir a tensão por meio do diálogo.
O chefe da Assembleia disse ainda que um compromisso absoluto com a Carta da ONU, seus princípios e propósitos é o único caminho para assegurar uma paz duradoura.
A reunião sobre a Ucrânia já conta com uma lista de mais de 50 oradores inscritos. Dentre eles, deve estar o ministro de Estado da Alemanha, Tobias Lindner. A informação foi dada pelo governo da Alemanha em sua página na internet.
Fronteiras reconhecidas
Na segunda-feira, em nota emitida pelo seu porta-voz, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a retomada do diálogo e disse que a diplomacia é o caminho para resolver diferenças.
Guterres afirmou que a ONU apoia a integridade territorial e soberania da Ucrânia e que a decisão da Rússia era uma violação dos princípios da Carta das Nações Unidas.
Ele disse ainda que é preciso respeitar as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia assim como os Acordos de Minsk, as resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral sobre o tema.
Em 2015, o Conselho de Segurança aprovou, por unanimidade, a Resolução 2202 determinando que todas as partes implementassem os Acordos de Minsk para resolver, de forma pacífica, o conflito no leste da Ucrânia.
Idosos e crianças
Ainda nesta terça-feira, agências humanitárias da ONU chamaram a atenção para a situação dos ucranianos.
A Agência para Refugiados está monitorando a possibilidade de um aumento das demandas.
O conflito de 2014 no leste da Ucrânia obrigou 1,5 milhão de pessoas a fugirem de suas casas.
O Plano de Resposta Humanitária para a Ucrânia em 2022 revela que 144 mil deslocados internos vivem em áreas controladas pelo governo em Donetsk e Luhansk além de outras regiões.
Dentre os mais vulneráveis, estão os idosos que representam 32% da população ucraniana, além de crianças de famílias carentes, que formam 14% dos necessitados.
O plano inclui 225 mil pessoas com deficiência na Ucrânia.