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ONU lamenta morte de bebê venezuelano em operação em Trinidad e Tobago BR

Barco da Guarda Costeira de Trinidad e Tobago passa na Baía de Maracas
Unsplash/Omar Eagle Clarke
Barco da Guarda Costeira de Trinidad e Tobago passa na Baía de Maracas

ONU lamenta morte de bebê venezuelano em operação em Trinidad e Tobago

Migrantes e refugiados

Mãe ficou ferida na abordagem contra barco que levava migrantes; agências reforçam necessidade de passagens seguras e regularização dos pedidos de refúgio e asilo; dados apontam que 2 em cada 3 venezuelanos migrantes são mulheres e crianças.

Quatro agências das Nações Unidas lamentaram a morte de um bebê venezuelano durante operação da Guarda Costeira de Trinidad e Tobago. As autoridades do país buscavam interceptar um barco com migrantes que partiu da Venezuela.

A nota conjunta foi emitida pelo Escritório de Diretos Humanos, a Organização Internacional para Migrações, OIM, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur e o Fundo da ONU para Infância, Unicef.

Uma família que fugiu da violência na Venezuela e se mudou para Cúcuta, na Colômbia.
Foto: Unicef/ Arcos
Uma família que fugiu da violência na Venezuela e se mudou para Cúcuta, na Colômbia.

Migrações

A mãe do bebê ficou ferida na operação e levada a um centro de saúde local.

As agências destacaram que, na falta de passagem seguras, refugiados e migrantes venezuelanos são forçados a se arriscar em trajetos perigosos, tanto por mar como por terra.

Para o representante conjunto do Acnur e OIM no país, Eduardo Stein, esse incidente mostra o risco enfrentado por pessoas em movimento durante trajetos perigosas. Ele diz que ninguém deveria “perder a vida em busca de segurança, proteção e novas oportunidades”.

Para Stein, essas tragédias só serão evitadas com caminhos mais seguros para refugiados e migrantes, e com sistemas que garantam a entrada segura e regularizada a refugiados e migrantes. 

Crianças

As agências lembram que os Estados-membros da Convenção sobre os Direitos da Criança devem garantir os direitos das crianças em seu território, independentemente de sua nacionalidade ou status. 

A diretora regional do Unicef para América Latina, Jean Gough, afirmou que nenhuma criança migrante deve morrer, seja viajando com seus pais ou sozinha. Ela lembrou que ninguém colocaria a vida de seus filhos em risco se tivesse outra opção. 

Jean Gough destaca que dois em cada três venezuelanos em movimento são mulheres e crianças e afirma que o caso é um lembrete de que eles são ainda mais vulneráveis.

Plataforma

A ONU pede aos governos que estabeleçam mecanismos que ajudem a proteger o direito de migrantes e refugiados, incluindo o acesso à regularização e pedidos de asilo.

Existem mais de 6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos pelo mundo. A maioria em países da América Latina e Caribe.

De acordo com a Plataforma Regional de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela, trabalho conjunto do Acnur e OIM no país, em janeiro de 2022, havia aproximadamente 28,5 mil refugiados e migrantes venezuelanos em Trinidad e Tobago.