Perspectiva Global Reportagens Humanas

Programa para refugiados abre vagas para cursos de pós-graduação no Brasil BR

Apoio ao processo de integração local por meio da educação contribui para a garantia do acesso de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio a direitos e serviços no Brasil.
UNHCR/Ted Adnan
Apoio ao processo de integração local por meio da educação contribui para a garantia do acesso de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio a direitos e serviços no Brasil.

Programa para refugiados abre vagas para cursos de pós-graduação no Brasil

Cultura e educação

Universidade Federal do ABC e Acnur apoiam processo de integração por meio da educação; nova iniciativa também contribui para acesso de solicitantes de refúgio a direitos e serviços no Brasil.*

A Universidade Federal do ABC, Ufabc, localizada no estado de São Paulo, no Brasil, aprovou uma resolução que estabelece que todos os programas de pós-graduação devem oferecer vagas para pessoas refugiadas ou solicitantes de refúgio.  

A instituição faz parte da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, iniciativa promovida pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur. O alvo é incentivar a formação acadêmica e capacitação de professores e estudantes em temas relacionados ao refúgio e o desenvolvimento de ações para garantir o acesso ao ensino às pessoas refugiadas. 

Refugiado sírio e ativista educacional Muzoon Almellehan visita uma sala de aula em escola em Bol, região do lago, Chade
Unicef/Sokhin
Refugiado sírio e ativista educacional Muzoon Almellehan visita uma sala de aula em escola em Bol, região do lago, Chade

Proteção

O representante do Acnur no Brasil, Jose Egas, explicou que a decisão é importante para afirmar os direitos daqueles que foram forçados a deixar seu país de origem em busca de proteção e diminuir a lacuna no acesso ao ensino superior. 

Para ele, a iniciativa amplia as perspectivas de integração socioeconômica, uma vez que oferece a possibilidade de compartilhar experiências profissionais e acadêmicas nas comunidades de acolhida.

O pró-reitor adjunto de pós-graduação da universidade, João Paulo Gois, espera que, a partir das políticas afirmativas estabelecidas, estudantes refugiados e solicitantes de refúgio se sintam acolhidos e tenham oportunidades de formação científica e cidadã.  

Ele adiciona que, tão importante quanto garantir reserva de vagas, a resolução faz parte de um processo de construção de políticas e ações que acompanham o estudante. 

Além de refugiados e solicitantes de refúgio, as vagas também podem ser oferecidas a pessoas que se autodeclarem indígena, quilombola, pessoa com deficiência ou  transexuais, transgêneros e travestis. 

Caso as vagas não sejam preenchidas, elas serão canceladas do edital.  As informações sobre os programas de pós-graduação da Ufabc estão no site da instituição.  

*Com reportagem do Acnur Brasil