Relatos de intensos combates na capital da Guiné-Bissau preocupam a ONU
Secretário-geral pede fim imediato dos combates e total respeito às instituições democráticas; tiros foram ouvidos no Palácio do Governo em sessão de Conselho de Ministros com o presidente Umaro Sissoco Embaló e o primeiro-ministro Nuno Nabiam.
O secretário-geral da ONU, António Guterres disse que está profundamente preocupado com as notícias de intensos combates em Bissau.
O chefe das Nações Unidas apelou ao fim imediato dos combates e ao pleno respeito às instituições democráticas do país, em nota divulgada esta terça-feira pelo porta-voz.
Ordem constitucional
Falando a jornalistas, Guterres disse que apesar de não haver muitos detalhes sobre os eventos, o mundo assiste à uma terrível multiplicação de golpes.
Ele ressaltou o forte apelo “para que os soldados voltem às casernas e a ordem constitucional esteja plenamente em vigor no contexto democrático da Guiné-Bissau."
Civis
Agências de notícias informaram que várias pessoas ficaram feridas e pelo menos duas morreram depois de tiros de bazuca e rajadas de metralhadora.
De acordo com os relatos, o presidente Umaro Sissoco Embaló e o primeiro-ministro Nuno Nabiam estariam no Palácio do Governo numa reunião do Conselho de Ministros quando militares à paisana teriam tomado o local de assalto e impediram a passagem de civis.
Em meados de dezembro passado, o Conselho de Segurança recebeu o mais recente relatório do secretário-geral sobre a África Ocidental e Sahel.
Estabilização
No informe, Guterres menciona que a Guiné-Bissau destacando que continuava essencial para a estabilização política implementar as reformas institucionais pendentes do Acordo de Conacri
sobre a Resolução da Crise Política de 2016 e os seis pontos para resolver a situação definidos em nível regional.
Guterres apontava, em particular, a necessidade da conclusão de um acordo reforma constitucional.