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Escritório de Direitos Humanos condena ataques do Isil no noroeste da Síria BR

Crianças em acampamento para deslocados na Síria.
Foto: © UNOCHA
Crianças em acampamento para deslocados na Síria.

Escritório de Direitos Humanos condena ataques do Isil no noroeste da Síria

Direitos humanos

Preocupação maior é com segurança e bem-estar de 700 meninos que estão detidos na prisão de Ghweiran; relatora destaca que condições do local são grotescas pede para países repatriarem esses menores, que seriam vítimas do terrorismo. 

Cinco dias depois da fuga de presos no centro de detenção de Ghuwayran, nordeste da Síria, o Escritório de Direitos Humanos da ONU revela que as condições do local continuam muito preocupantes. 

Na quinta-feira, 20 de janeiro, integrantes do Isil lançaram ataques coordenados na prisão, pertmitindo que dezenas de combatentes do grupo pudessem escapar. Houve um confronto violento entre o Isil e as Forças de Defesa sírias, incluindo em áreas residenciais.  

Centenas de meninos presos  

Crianças andam em área em ruínas ao retornarem de escola na Síria.
Foto: © UNOCHA/Ali Haj Suleiman
Crianças andam em área em ruínas ao retornarem de escola na Síria.

Segundo o Escritório de Direitos Humanos, a prisão de Ghuwayran é uma das maiores da Síria, abrigando 5 mil prisioneiros, incluindo homens suspeitos de estarem ligados ao Isil, além de sírios e iraquianos.  

Nesta terça-feira, em Genebra, a porta-voz Ravina Shamdasani afirmou que a preocupação é com a segurança e o bem-estar de centenas de meninos estão detidos. Ela lembra que manter crianças presas deve ser um último recurso e ainda assim, pelo menor tempo possível.  

Segundo a relatora especial da ONU sobre proteção dos direitos humanos durante o combate ao terrorismo, existem cerca de 700 menores nesta prisão síria. Fionnuala Ní Aoláin explica que muitos são filhos de pessoas alegadamente associadas a grupos terroristas e faz um apelo para que sejam repatriados.  

Ataques em áreas com civis  

Bebê de um mês com sua família em Adra, após escaparem da violência em Ghouta, Síria.
Foto: © UNICEF/Omar Sanadiki
Bebê de um mês com sua família em Adra, após escaparem da violência em Ghouta, Síria.

A relatora informa que as condições da prisão são “grotescas” e “uma afronta à dignidade das crianças”, com meninos de até 12 anos vivendo com medo “no meio do caos e da carnificina das celas”.  

Os ataques ocorridos na quinta-feira foram os maiores que o Isil realizou na Síria desde 2019. Em resposta, forças internacionais fizeram vários ataques aéreos próximos à prisão, incluindo em áreas onde os fugitivos estavam se escondendo.  

Com isso, milhares de pessoas abandonaram o local com medo de mais vioência. O Escritório de Direitos Humanos da ONU lembra a todas as partes em conflito, e também aos governos, que a lei internacional exige proteção total dos civis, incluindo durante o planejamento e execução de operações de segurança.  

A porta-voz Ravina Shamdasani destaca também a situação preocupante de milhares de sírios, iraquianos e nacionais de outros países, que teriam “ligações com integrantes do Isil” e estão confinados em acampamentos para desalojados no nordeste do país. Violência e assassinatos continuam sendo uma realidade nesses locais e por isso, o Escritório de Direitos Humanos da ONU pede que esses cidadãos sejam repatriados por seus países de origem.