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ONU requer US$ 400,5 milhões para atuar na “agenda de direitos” em 2022 BR

Michelle Bachelet explicou que os fundos serão aplicados em atividades que apoiam a visão do secretário-geral
Foto ONU/Laura Jarriel
Michelle Bachelet explicou que os fundos serão aplicados em atividades que apoiam a visão do secretário-geral

ONU requer US$ 400,5 milhões para atuar na “agenda de direitos” em 2022

Direitos humanos

Alto Comissariado para os Direitos Humanos quer cumprir prioridades da Nossa Agenda Comum; ação para o novo ano inclui garantir princípios fundamentais na resposta e recuperação da Covid-19 e defender igualdade de acesso às vacinas.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos revelou que cerca de US$ 400,5 milhões serão necessários para financiar a atuação do setor em 2022.  

Michelle Bachelet convidou os Estados-membros da organização e doadores a aderirem ao novo apelo de financiamento em favor da “agenda de direitos”.

Visão

O plano destaca que o aproximar do terceiro ano da pandemia requer um compromisso para “combater as desigualdades expostas pela crise e apoiar grupos desfavorecidos que foram afetados de forma desproporcional.”

Bachelet mencionou trabalho em realidade de crises como a Covid-19 e os conflitos prolongados
Ocha/Gema Cortes
Bachelet mencionou trabalho em realidade de crises como a Covid-19 e os conflitos prolongados

 

A chefe de Direitos Humanos frisou que os fundos serão aplicados em atividades que apoiam a visão do secretário-geral de um “contrato social renovado ancorado nos direitos humanos”. O propósito faz parte do relatório “Nossa Agenda Comum”.

A alta comissária destacou ainda que se deve reforçar a ação para colocar os direitos humanos no centro da resposta e recuperação da Covid-19, além de se continuar defendendo a igualdade de acesso às vacinas.

Um dos alvos do Alto Comissariado Diretos Humanos é focalizar mais a questão dos afrodescendentes, conforme a Agenda para Mudanças Transformativas para Justiça Racial e Igualdade.

Afrodescendentes 

Para Bachelet, “reverter o racismo sistêmico e fortalecer a responsabilidade dos policiais envolvidos nas mortes de afrodescendentes estarão no centro deste trabalho”.

Com presença em 103 países, o alto comissariado pretende continuar trabalhando “de forma incansável para fortalecer, promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo”. 

Escritório de Direitos Humanos da ONU
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Escritório de Direitos Humanos da ONU

 

Entre as metas para 2022 estão alocar fundos a regiões como as Américas para reforçar capacidades no Peru, no Haiti e em outras nações caribenhas. Outro objetivo é monitorar a situação de mais de 6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos.

No continente africano, os planos incluem abrir um escritório em Burquina Fasso e continuar a promoção dos direitos humanos no Chade, como parte do roteiro do governo e do Diálogo Nacional Inclusivo. No Sahel, serão alargados os esforços para enfrentar desafios locais, incluindo o foco no direito à alimentação.

Fundos voluntários

Na Ásia Central, o destaque será o combate à discriminação racial com atuação na divulgação digital. Consultores internacionais serão enviados ao Cazaquistão e ao Tajiquistão. Outras intervenções de direitos humanos estão previstas para países como Iraque e Síria.

O Alto Comissariado destaca ainda que pretende aumentar a atuação na Etiópia e nas ilhas Fiji. Novas equipes de resposta a emergências serão adicionadas às seis que já atuam em todo o mundo.

Em 2021, as contribuições com fundos voluntários injetaram cerca de 62% do orçamento geral do escritório. No total, 89 doadores colocaram US$ 227,4 milhões ao dispor do alto comissariado, dos US$ 385,5 milhões que eram necessários. No grupo estavam 59 Estados.

Bachelet destacou que os fundos concedidos no ano passado foram “insuficientes, se comparados às necessidades adicionais”, atuando numa realidade de crises como a Covid-19 e os conflitos prolongados.