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Banco Mundial: variantes da Covid-19 e aumento da dívida ameaçam economia global BR

Morador de rua pede dinheiro no centro de Londres.
Unsplash/Tom Parsons
Morador de rua pede dinheiro no centro de Londres.

Banco Mundial: variantes da Covid-19 e aumento da dívida ameaçam economia global

Desenvolvimento econômico

Primeiro relatório divulgado pelo órgão em 2022 menciona ainda aumento da inflação e desigualdade nas rendas; expectativa de crescimento global é de 4,1% neste ano. 

O Banco Mundial divulgou o seu primeiro relatório de 2022, revelando que o crescimento econômico global será mais fraco pelos próximos dois anos, devido às ameaças de variantes da Covid-19 e ao aumento da inflação, da dívida e da desigualdade de rendas. 

Apesar do crescimento da economia ter sido forte no ano passado, a expectativa é de declínio, passando de 5,5% em 2021 para 4,1% em 2022, e caindo para 3,2% em 2023.  

Desaceleração  

Recuperação da economia será mais lenta em nações emergentes.
Foto: ITU/G. Anderson
Recuperação da economia será mais lenta em nações emergentes.

Com a rápida propagação da variante Ômicron, a pandemia de Covid-19 continuará tendo um impacto negativo a médio prazo, de acordo com o relatório Perspectivas da Economia Global.  

O documento do Banco Mundial destaca também que a desaceleração nas principais economias, incluindo China e Estados Unidos, terá um impacto na demanda externa de nações emergentes e em desenvolvimento.  

O presidente do Banco Mundial declarou que a “economia global está enfrentando, ao mesmo tempo, Covid-19, inflação e incertezas políticas, com gastos dos governos e políticas monetárias atualmente enfrentando territórios desconhecidos.” 

David Malpass afirmou também que o “aumento das desigualdades e os desafios de segurança são especialmente danosos para os países em desenvolvimento”. A sugestão do presidente do órgão é por ação internacional e um conjunto compreensivo de respostas políticas a nível nacional.  

A desaceleração irá coincidir com uma grande divergência nas taxas de crescimento entre economias avançadas e emergentes ou em desenvolvimento.  

Economias Fragilizadas  

O Banco Mundial acredita que até 2023, todas as economias avançadas terão alcançado uma completa recuperação, mas para os países em desenvolvimento, a taxa de crescimento continuará 4% abaixo do índice pré-pandêmico.  

O relatório menciona também nações em conflito, onde a recuperação da economia ficará 7,5% abaixo dos valores de antes da pandemia. Já para as nações insulares, o índice será 8,5% menor.  

O Banco Mundial chama também a atenção para o aumento da inflação, que tem prejudicado em especial os trabalhadores com rendas baixas. A inflação tem tido uma das maiores altas desde 2008, tanto a nível global quando nas economias avançadas. Nos países em desenvolvimento, a inflação atingiu o maior pico em uma década.  

Priorizar a igualdade na vacinação 

Produção de vacina contra a Covid-19 na Índia.
Foto: © UNICEF/ Dhiraj Singh
Produção de vacina contra a Covid-19 na Índia.

O relatório também traz previsões de crescimento regionais para os próximos dois anos. A diretora para Desenvolvimento de Políticas e Parcerias do Banco Mundial destacou a importância da colaboração multilateral como escolhas que serão feitas pelos governos nos próximos anos, decidindo assim os rumos da próxima década.  

Mari Pangestu afirmou que “a prioridade imediata deverá ser garantir que as vacinas são entregues de forma mais ampla e equitativa, para que a pandemia fique sob controle”. Segundo ela, numa época de alta das dívidas, a cooperação global é essencial para ajudar a expandir os recursos financeiros de economias em desenvolvimento, para que possam alcançar um desenvolvimento verde, resiliente e inclusivo.