Pandemia entra no terceiro ano e especialista brasileira fala em "otimismo, mas não complacência" BR

Diretora-geral-adjunta da OMS, Mariângela Simão explica que apesar da alta nos novos casos de Covid-19, as vacinas continuam salvando vidas e situação é melhor do que há dois anos; novas variantes ainda podem surgir devido a baixas taxas de imunização em alguns países.
O ano de 2022 começou com a variante Ômicron se espalhando com rapidez em vários países e causando um grande aumento dos novos casos de Covid-19. Com a pandemia entrando no terceiro ano consecutivo, a população mundial continua querendo saber quando a mesma chegará ao fim.
Apesar da situação atual, a diretora-geral-adjunta para Medicamentos, Vacinação e Fármacos da Organização Mundial da Saúde, OMS, garante haver muitos motivos para ser otimista.
De Genebra, a especialista Mariângela Simão destacou, em entrevista para a ONU News, a série de avanços alcançados, principalmente para se evitar mortes.
“A gente tem razões para estar otimista, mas a gente não pode ser complacente. A gente tem vacinas desenvolvidas no mercado que protegem contra doença grave e morte; você tem tratamentos chegando, principalmente neste final de ano teve duas novas drogas e tem outras sendo recomendadas pela OMS; a gente sabe que as medidas de saúde pública funcionam. Então tem essas razões para dizer que nós estamos numa situação melhor que há um ano e melhor do que dois anos atrás.”
Apesar do otimismo para 2022, a diretora-geral-adjunta para Medicamentos e Vacinação da OMS lembra que vacinar o maior número possível de pessoas em todas as regiões do mundo continua sendo crucial para reverter a pandemia.
Mariângela Simão cita como exemplo a África, onde as taxas de imunização contra a Covid-19 continuam sendo baixas.
“Tem que tomar cuidado porquê: somente no continente africano, a OMS estima que 1 bilhão de pessoas não receberam nenhuma dose, e mesmo em países ricos onde o movimento anti-vacinas é grande, você já está vendo os estudos mostrando que aquelas pessoas que não foram vacinadas, são hospitalizadas com maior frequência. E aí você tem um ambiente favorável para o aparecimento de novas variantes. Então ainda não acabou, mas a gente sabe bastante e todas as pandemias acabam.”
Mariângela Simão ressalta que ainda é preciso muita cautela e que os comportamentos de cada pessoa têm um impacto na contenção da transmissão do coronavírus.
As medidas incluem evitar aglomerações, utilizar máscaras da maneira correta, higienizar bem as mãos e vacinar. A especialista da OMS acredita que 2022 poderá ser o ano do fim da fase aguda da Covid-19.