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ONU pede investigação sobre protestos que já mataram 164 no Cazaquistão  BR

Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.

ONU pede investigação sobre protestos que já mataram 164 no Cazaquistão 

Paz e segurança

Autoridades confirmam morte de pelo menos 18 agentes policiais nos distúrbios; cerca de 9,9 mil pessoas foram detidas após manifestações; Escritório de Direitos Humanos quer acompanhar eventos e interagir com autoridades locais sobre tema.

O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu “investigações imediatas, independentes e imparciais” sobre assassinatos após os protestos no Cazaquistão. 

Esse apuramento deve “incluir o uso desnecessário e desproporcional da força” envolvendo de elementos de segurança, revela uma nota publicada esta quarta-feira, em Genebra. 

Distúrbios 

O número de mortos em todo o país chega a 164. As autoridades cazaques informaram que 18 agentes policiais perderam a vida durante os distúrbios. O Ministério de Interior afirmou haver pelo menos 9,9 mil detidos. 

A nota ressalta que a situação envolve muitas pessoas que, de acordo com o direito internacional, podem “manifestar-se de forma pacífica, associar-se e não deveriam ser detidas simplesmente por expressar suas opiniões.”

Liz Throssell, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU.
ONU/Daniel Johnson
Liz Throssell, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU.

 

O apelo feito às autoridades nacionais é que libertem “imediatamente todos os detidos por, simplesmente, manifestar suas opiniões.”

A porta-voz Elizabeth Throssell, destacou que foram observados danos e atos de destruição, incluindo o incêndio de edifícios em Almaty, que “de forma clara revela que algumas pessoas foram presas e acusadas de causar danos criminais.” 

Mecanismo 

O Escritório ressalta que o acesso imediato a um advogado é uma forma de “preservação fundamental dos direitos humanos para todos os detidos, incluindo aqueles que ainda não foram acusados”. 

A nota defende ser sobretudo importante que a Ouvidoria cumpra seu mandato, como mecanismo preventivo nacional, de visitar locais de privação de liberdade para monitorar adequadamente a situação dos detidos e prevenir tortura e maus-tratos.

O Escritório Regional para a Ásia Central revela que continuará acompanhando os eventos e interagindo com as autoridades em relação ao tema.