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ONU lança apelo humanitário histórico em favor da população do Afeganistão BR

Afeganistão enfrenta uma das crises humanitárias que cresce mais rapidamente no mundo
© Acnur/Andrew McConnell
Afeganistão enfrenta uma das crises humanitárias que cresce mais rapidamente no mundo

ONU lança apelo humanitário histórico em favor da população do Afeganistão

Ajuda humanitária

28 milhões de civis devem ser beneficiados; Organização busca US$ 5 bilhões em financiamento internacional para ajudar deslocados internos, refugiados e comunidades anfitriãs em países vizinhos. 

As Nações Unidas estão lançando esta terça-feira dois planos de resposta para o Afeganistão, com o objetivo de fazer chegar ajuda vital para 28 milhões de civis do país.

A meta é entregar assistência para 22 milhões de pessoas que estão em território afegão e 5,7 milhões de desalojados acolhidos por cinco países vizinhos. 

Atualmente, 55% dos habitantes do Afeganistão precisam de assistência humanitária, um aumento de 30% em um ano
Ocha Afeganistão
Atualmente, 55% dos habitantes do Afeganistão precisam de assistência humanitária, um aumento de 30% em um ano

Apelo recorde 

A ONU está pedindo um financiamento internacional de US$ 5 bilhões para os planos de resposta humanitária e de apoio aos refugiados. 

O Plano de Resposta Humanitária para o Afeganistão busca US$ 4,44 bilhões, o maior apelo humanitário já feito na história. 

Já o Plano Regional de Resposta à Situação dos Refugiados do Afeganistão está pedindo US$ 623 milhões em prol de várias entidades que prestam apoio aos civis nesta situação. 

Afeganistão lidera a lista das maiores crises a serem apoiadas pela ONU
PMA/Arete/Andrew Quilty
Afeganistão lidera a lista das maiores crises a serem apoiadas pela ONU

Metade da população com fome 

A Organização lembra que o Afeganistão enfrenta uma das crises humanitárias que cresce mais rapidamente no mundo. Metade da população do país enfrenta fome aguda, mais de 9 milhões de pessoas estão desalojadas e milhões de crianças estão fora da escola. 

Além disso, os direitos fundamentais de mulheres e de meninas estão sob ataque, os agricultores sofrem com os efeitos de uma das piores secas em décadas e a economia está em “declínio”, na avaliação do Escritório da ONU para a Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur. 

ONU lança apelo humanitário histórico em favor da população do Afeganistão

Medo e violência 

Sem apoio, milhares de crianças correm o risco de morrerem desnutridas, especialmente porque os serviços de saúde entraram em colapso. 

As agências da ONU destacam que apesar da diminuição do conflito, “a violência, o medo e a privação continuam a levar muitos afegãos a buscar abrigo e segurança além das fronteiras, especialmente no Irã e Paquistão.”
 
Mais de 2,2 milhões de refugiados registrados e um adicional de 4 milhões de afegãos com diferentes estatutos foram acolhidos por países vizinhos. Com isso, as comunidades que os hospedam também precisam de apoio, já que seus recursos estão atingindo o limite. 

Menina recebe tratamento por desnutrição severa em Herat, Afeganistão.
Foto: © UNICEF
Menina recebe tratamento por desnutrição severa em Herat, Afeganistão.

Evitar catástrofe 

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, afirmou que os “eventos ocorridos no Afeganistão no último ano aconteceram com enorme rapidez e com consequências sérias” para a população. 

Griffiths, que fará o lançamento do apelo financeiro, disse ainda que o mundo “está perplexo e buscando a melhor maneira de reagir”, enquanto acontece una completa catástrofe humanitária.

O subsecretário-geral da ONU faz um apelo para que ninguém “feche as portas ao povo do Afeganistão”, especialmente quando os parceiros humanitários estão no terreno entregando ajuda, apesar dos desafios. 

Já o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, está pedindo à comunidade internacional para “fazer todo o possível para evitar uma catástrofe no Afeganistão” e ajudar a ampliar a resposta em apoio aos refugiados e às comunidades que os acolhem.