ONU aponta “acusações politicamente motivadas” após nova condenação de Aung San Suu Kyi BR

Pena de quatro anos declarada esta segunda-feira estaria associada a descoberta de rádios de comunicação e violação de regras sobre Covid-19; ex-conselheira de Estado birmanesa e Prêmio Nobel da Paz está detida há 10 meses.
Um tribunal em Mianmar sentenciou a deposta conselheira de Estado Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão nesta segunda-feira.
As acusações contra a Prêmio Nobel da Paz são de porte ilegal e importação de rádios de comunicação, além de violar regras contra a Covid-19, destacam agências de notícias.
Para a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, “a condenação e sentença de Aung San Suu Kyi por acusações politicamente motivadas só agrava a injustiça quando o diálogo é necessário”.
Em mensagem em rede social, a chefe de direitos humanos pede a libertação imediata de todos os que foram detidos arbitrariamente.
Agências de notícias informaram que órgãos de comunicação foram impedidos de cobrir a sessão ocorrida esta segunda-feira na capital, Nay Pyi Taw. Os partidários da Prêmio Nobel da Paz também não participaram na sessão e os advogados foram impedidos de se comunicar com o público.
O primeiro veredicto contra Suu Kyi foi pronunciado em dezembro, quando ela teve uma pena reduzida para dois anos. Ela está detida desde um golpe militar que aconteceu em fevereiro do ano passado e enfrenta 12 acusações.
De acordo com relatos das agências de notícias, a mais recente condenação estaria relacionada a dispositivos apreendidos depois da revista de sua casa no dia do golpe por forças lideradas pelo chefe do Exército.