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Líderes assinaram a declaração de Kigali para o lançamento da Área de Comércio Livre Continental Africana na Cimeira Extraordinária da União Africana em Kigali, Ruanda.

Em um ano, Zona de Comércio Livre Continental Africana mostra “sinais de esperança”  BR

ECA
Líderes assinaram a declaração de Kigali para o lançamento da Área de Comércio Livre Continental Africana na Cimeira Extraordinária da União Africana em Kigali, Ruanda.

Em um ano, Zona de Comércio Livre Continental Africana mostra “sinais de esperança” 

ODS

Especialista da FAO defende mais união de países com parceiros de desenvolvimento; agricultura deve inovar produção, melhorar investimentos em infraestrutura, harmonizar controle e criar normas de informação de comércio e mercado. 

Neste 2022, a Zona de Comércio Livre Continental Africana, Afcfta, completa um ano de implementação.  

As negociações sobre regras de origem de produtos específicos e eliminação progressiva de barreiras comerciais estão a 12% do fim. Um dos alvos é melhorar as trocas comerciais ligadas ao setor da agricultura entre os países africanos, agora em 20%. Na Europa e Ásia o comércio nessa aérea chega ao triplo dessa proporção. 

Ratificação  

O pacto foi ratificado por 42 das 55 nações africanas, cobrindo mais de 70% do comércio entre economias da região, de acordo com o Secretariado da Afcfta. 

Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, o desempenho em período da Covid-19 revela “sinais positivos que dão esperança para um futuro em que o comércio africano crescerá como um divisor de águas global”. 

FAO recomenda maior atuação para criar e integrar sistemas de informação de comércio e mercado
Banco Mundial/Flore de Preneuf
FAO recomenda maior atuação para criar e integrar sistemas de informação de comércio e mercado

 

O especialista da agência em Política Comercial para a África, Ameir Mbonde, disse que para se chegar a esse propósito é preciso melhorar a união de países africanos com os parceiros de desenvolvimento. 

As metas seriam consolidar os ganhos de 2021 com inovações na capacidade produtiva e apoiar mais investimentos na infraestrutura essencial de insumos e produtos.  

Dados 

Entre as medidas sugeridas estão criar um sistema para controlar alimentos de forma harmonizada, criar normas de informação de comércio, além de se garantir mercados inclusivos para baixar os níveis de pobreza na região africana. 

A agência atua junto a governos, ao setor privado e aos pequenos agricultores em favor da total liberalização de bens sensíveis à nutrição por períodos mais longos, conforme levantado nas negociações em andamento sobre as ofertas tarifárias. 

FAO apoia cadeias de valor mais inclusivas no agronegócio para expandir o comércio dentro com continente
Foto: Aiea/Laura Gil Martinez
FAO apoia cadeias de valor mais inclusivas no agronegócio para expandir o comércio dentro com continente

 

Entre os bens protegidos atualmente estão animais vivos, carne, peixe, leite e laticínios, frutas e vegetais, café, chá, especiarias, sementes oleaginosas e açúcares. 

Comércio 

O especialista disse que a assistência que vem dando às partes envolvidas ajudaria a aproveitar ao máximo as vantagens oferecidas pelo acordo e pelo comércio pan-africano. 

Em parceria com a Comissão da União Africana, a agência lançou o Quadro para Impulsionar o Comércio Interafricano de Produtos e Serviços Agrícolas com vista a guiar o desenvolvimento e expansão sustentáveis, o comércio inclusivo e resiliente.  

Embalagens de marmelada produzidas na Etiópia e vendidas nos Estados Unidos
Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
Embalagens de marmelada produzidas na Etiópia e vendidas nos Estados Unidos

 

A FAO quer reforçar as capacidades nacionais para cumprir as normas de segurança alimentar e facilitar o comércio.  

Segurança alimentar 

A agência defende cadeias de valor mais inclusivas no agronegócio para expandir o comércio dentro com continente, melhorar a segurança alimentar e os meios de subsistência, especialmente entre mulheres e jovens.  

A atuação também promove um maior acesso a dados de mercado e comércio para que o tipo de informação seja “democratizado e digitalizado para permitir que micro, pequenas e médias empresas cresçam e maximizem seu potencial comercial.” 

Para garantir sistemas agroalimentares inclusivos, a FAO recomenda uma maior atuação para criar e integrar sistemas de informação de comércio e mercado em todos os níveis da cadeia de valor agrícola.