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Unesco quer investigação completa sobre morte de jornalista de Mianmar   BR

Diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay
Foto: ONU/Manuel Elias
Diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay

Unesco quer investigação completa sobre morte de jornalista de Mianmar  

Cultura e educação

A Sai K foi baleado enquanto fazia cobertura do movimento de refugiados próximo da fronteira birmanesa com a Tailândia; caso ocorrido no Natal foi a segunda fatalidade envolvendo um profissional de informação do país no mês de dezembro. 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, condenou esta quarta-feira o assassinato do repórter Sai Win Aung enquanto cobria a situação dos refugiados no estado de Kayin. A região está situada perto da fronteira com a Tailândia. 

Foi em 25 de dezembro que o profissional de mídia, também conhecido como A Sai K, foi morto a tiros em um ataque que testemunhas atribuem às forças armadas de Mianmar.  

Investigação  

Em nota, a diretora-geral da Unesco pede às autoridades que conduzam uma investigação completa do caso. 

Audrey Azoulay destaca que profissionais de mídia arriscam suas vidas para manter o público informado. 

Unesco destaca que o trabalho de jornalistas birmaneses merece ser reconhecido e sua segurança protegida
Foto Unama: Fardin Waezi
Unesco destaca que o trabalho de jornalistas birmaneses merece ser reconhecido e sua segurança protegida

 

Aung foi o segundo jornalista morto no mês passado em Mianmar. Dez dias antes, um fotojornalista independente foi encontrado sem vida sob custódia militar depois de preso por três dias após cobrir protestos. 

Soe Naing foi detido quando tirava fotos durante uma “greve silenciosa” convocada por oponentes do regime. 

Proteção e assistência 

A chefe da Unesco destaca que o trabalho de jornalistas birmaneses merece ser reconhecido e sua segurança protegida de acordo com o Direito Internacional Humanitário, que proíbe ataques a civis. 

A agência da ONU ressalta que Sai K estava escrevendo uma matéria para o Federal News Journal, num estado onde as Nações Unidas dizem observar um aumento da violência. O mais recente relatório sobre Kayin confirma o deslocamento de milhares de civis, muitos dos quais fugindo em busca de proteção e assistência além-fronteiras. 

Mianmar vem registrando manifestações marcadas por episódios de repressão das forças de segurança desde que os militares tomaram o poder em fevereiro passado. 

De acordo com agências de notícias, os confrontos envolvem opositores ligados a minorias étnicas que lutam pela autodeterminação.