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Guterres pede a todos os lados do conflito na Etiópia que aproveitem chance de paz BR

O secretário-geral também pediu a retirada de combatentes estrangeiros e uma resposta às diferenças políticas por meio de um diálogo nacional inclusivo e confiável
Foto: ONU/Mark Garten
O secretário-geral também pediu a retirada de combatentes estrangeiros e uma resposta às diferenças políticas por meio de um diálogo nacional inclusivo e confiável

Guterres pede a todos os lados do conflito na Etiópia que aproveitem chance de paz

Paz e segurança

Em nota, emitida pelo seu porta-voz, secretário-geral elogiou anúncio do governo etíope, no fim de semana, sobre “pausa nas posições atuais” da Força Nacional de Defesa. Tropas regionais de Tigray informaram retirada de Afar e Amhara.

O chefe das Nações Unidas, António Guterres, saudou um anúncio de ambos os lados em conflito na Etiópia para suspender as ofensivas.

Em nota, emitida no fim de semana, o secretário-geral elogiou a decisão da Força Nacional de Defesa Etíope pelo governo do país e também a mensagem das tropas de Tigray, a província no norte da Etiópia. As forças regionais informaram terem se retirado das áreas de Afar e Amhara e retornado para Tigray.

Refugiados etíopes, fugindo de confrontos na região norte do país de Tigray, cruzam a fronteira com Hamdayet, Sudão, sobre o rio Tekeze
©Acnur/Hazim Elhag
Refugiados etíopes, fugindo de confrontos na região norte do país de Tigray, cruzam a fronteira com Hamdayet, Sudão, sobre o rio Tekeze

Diálogo nacional

Guterres disse que os confrontos, que já duram mais de um ano, devem acabar. Ele pede e ambos os lados para darem uma chance à paz, suspendendo os combates e assegurando a passagem de ajuda humanitária.

O secretário-geral também pediu a retirada de combatentes estrangeiros e uma resposta às diferenças políticas por meio de um diálogo nacional inclusivo e confiável.

O chefe da ONU pediu a todas as partes que continuem colaborando com o alto representante da União Africana para o Chifre da África, o ex-presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo. António Guterres reiterou o pleno apoio da ONU aos esforços do ex-líder nigeriano de mediação do conflito.

Helicóptero decola de uma base da Monusco, em Beni, Kivu do Norte, para uma missão de reconhecimento
Monusco/Abel Kavanagh
Helicóptero decola de uma base da Monusco, em Beni, Kivu do Norte, para uma missão de reconhecimento

República Democrática do Congo

E numa nota separada sobre a República Democrática do Congo, a representante especial do secretário-geral, Bintou Keita, condenou, de forma veemente, um ataque a bomba no dia do Natal, em Beni. Oito pessoas morreram na explosão. 

Uma equipe do Serviço de Ação sobre Minas da ONU, Unmas, visitou o local para apoiar a abertura de uma investigação do atentado. A Missão da ONU na RD Congo, Monusco, está patrulhando a cidade durante a madrugada e já enviou suprimentos médicos para o principal hospital de Beni.

Soldado de paz da ONU na República Centro-Africana
Foto: MINUSCA/Leonel Grothe
Soldado de paz da ONU na República Centro-Africana

República Centro-Africana

Ainda nesta segunda-feira, o porta-voz do secretário-geral emitiu uma nota sobre a República Centro-Africana. A Missão de Paz no país, Minusca, lançou uma operação em 25 de dezembro para expulsar cerca de 200 membros do grupo armado Unidade pela Paz na África Central, UPC na sigla em inglês, da localidade de Boyo, no município de Ouaka.

Segundo a Minusca, a chegada dos batalhões do Nepal e da Mauritânia vão reforçar o terreno levando os combatentes da UPC a deixarem a área. Eles ocuparam várias casas e até e residência do prefeito.

Segundo a Missão da ONU na República Centro-Africana, em 6 e 7 de dezembro, mais de uma dezena de civis foram mortos em Boyo e cerca de 1,5 mil obrigados a deixar suas casas por causa da violência. As tropas de paz da ONU intervieram para proteger os moradores.

A Monusca já advertiu os integrantes do grupo aramado a desistir da ação, uma vez que a proteção das comunidades é parte do trabalho das forças de paz no país.