Assentamentos em territórios palestinos persistem cinco anos após resolução BR

Conselho de Segurança aprovou, em 2016, proibição de qualquer construção nessas áreas; relator de Direitos Humanos chama a atenção da comunidade internacional para que intervenha e impeça ações de Israel.
Um especialista da ONU em direitos humanos* quer que a comunidade internacional responsabilize Israel pelo que ele chama de “54 anos de ocupação nos territórios palestinos”.
A declaração de Michael Lynk, na quinta-feira, marcou o aniversário de cinco anos de uma resolução que proíbe qualquer tipo de assentamento nessas áreas.
Em 2016, o Conselho de Segurança aprovou a Resolução 2334 pedindo o fim dos assentamentos. Mas cinco anos após a adoção, Lynk diz que a comunidade internacional tem que “levar à sério suas próprias palavras e suas próprias leis”.
Michael Lynk é relator especial para a situação de direitos humanos nos territórios ocupados palestinos.
Segundo ele, sem intervenção internacional para impor responsabilidade em uma “ocupação inexplicável”, não há esperança de que o direito dos palestinos à autodeterminação e o fim do conflito sejam alcançados num futuro próximo.
A resolução do Conselho de Segurança afirma que os assentamentos israelenses são “uma violação flagrante do direito internacional” e exige ainda o “fim imediato” de todas as atividades do tipo incluindo em Jerusalém Oriental.
Segundo o documento, a ampliação dos assentamentos ameaça a possibilidade de uma solução de dois Estados, com a “lei internacional governando a ocupação e as relações entre israelenses e palestinos”.
O relator especial nota que em 20 relatórios entregues ao Conselho de Segurança nos últimos cinco anos, o secretário-geral da ONU deixou claro que “Israel não cumpriu com as decisões” do órgão.
Michael Lynk questiona se já não está “claro que a liderança política de Israel não tem nenhum interesse em acabar com a ocupação?”
Lynk cita uma estatística de 2016, quando existiam 400 mil assentamentos israelenses na Cisjordânia e 218 mil em Jerusalém Oriental.
Atualmente, o total de assentamentos subiu para 475 mil e 230 mil, respectivamente, um aumento de 12%.
*Os relatores especiais de Direitos Humanos trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem salário.