Mais de 3 milhões de pessoas afetadas por supertufão nas Filipinas
Total de mortos sobe para 258 e 47 pessoas continuam desaparecidas; Escritório de Assistência Humanitária da ONU informa que mais de 200 cidades continuam sem eletricidade em várias regiões afetadas pelas cheias.
Mais de 3 milhões de pessoas nas Filipinas estão sofrendo com os impactos do supertufão Rai, ou Odete, que atingiu 10 regiões do país há uma semana.
O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, revelou nesta quinta-feira que mais de 200 municípios continuam sem eletricidade.
Impacto
As autoridades filipinas informaram que o supertufão matou 258 pessoas, deixou 568 feridas e 47 civis continuam desaparecidos.
As primeiras notícias sobre o impacto econômico do desastre natural indicam que 23 mil hectares de plantações de arroz foram destruídos, com perdas estimadas em US$ 73 milhões.
Segundo o Ocha, mais de 631 mil pessoas ficaram desalojadas após a passagem do Rai, que destruiu quase 160 mil casas, mas é possível que o número aumente nos próximos dias.
De acordo com o governo das Filipinas, o custo parcial dos danos à infraestrutura é de US$ 4,2 milhões. Nas áreas mais arrasadas, o Ocha teme que a situação humanitária piore se não houver ação imediata. São necessários US$ 1,4 milhão para assistência humanitária.
Orçamento
Um dos desafios é que a maioria dos governos locais nas Filipinas já gastaram todo o dinheiro do orçamento deste ano devido ao combate à pandemia de Covid-19.
Relatos de Puerto Princesa, em Palawan, revelas que já não há água, luz e internet e não existem indicações de quando os serviços serão restaurados. Na quarta-feira, o governo local de Roxas reportou que o impacto na agricultura e na criação de gado é significativo, com danos em mais de 80% dos setores.
Hospitais e centros de saúde também foram destruídos com os ventos fortes e as inundações, assim como 80% das escolas e dos supermercados. A ponte Langogan em Puerto Princesa foi partialmente danificada e neste momento, apenas motos conseguem atravessá-la.
O Ocha destaca que outro problema nas Filipinas é a insegurança alimentar entre as comunidades afetadas pelo supertufão, especialmente entre crianças, idosos e mulheres que estão amamentando.