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Iêmen: falta de recursos pode agravar fome para 13 milhões de pessoas BR

Mais de 16 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, passam fome aguda
© PMA/Annabel Symington
Mais de 16 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, passam fome aguda

Iêmen: falta de recursos pode agravar fome para 13 milhões de pessoas

Direitos humanos

Programa Mundial de Alimentos, PMA, afirma que serão necessários US$ 813 milhões para continuar ajudando o país; uma parcela da população receberá porções reduzidas; agência afirma que sem doações, situação pode ser catastrófica.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, alertou que os fundos para continuar a fornecer assistência alimentar a 13 milhões de pessoas no Iêmen estão se esgotando. 

Em janeiro, oito milhões vão receber uma porção reduzida. Outros cinco milhões, em risco iminente de fome, devem continuar com a alimentação completa. 

PMA precisa de US$ 813 milhões para seguir fornecendo comida
© PMA/Mohammed Awadh
PMA precisa de US$ 813 milhões para seguir fornecendo comida

Crise 

De acordo com o PMA, serão necessários US$ 813 milhões para seguir fornecendo comida até maio. Em 2022, a agência precisará de US$ 1,97 bilhão para continuar prestando assistência alimentar. 

A diretora regional do PMA para o Oriente Médio e Norte da África, Corinne Fleischer, contou que cada vez que se reduz a quantidade de alimentos, mais pessoas correm risco de morrer de fome.  

Fleischer afirmou que “tempos de desespero exigem medidas desesperadas” e os recursos precisam ser priorizados para pessoas em estado mais crítico. 

O PMA destaca que sem novos financiamentos, os cortes mais severos serão inevitáveis. Isso poderia eliminar completamente os programas de assistência alimentar e reduzir o tratamento da desnutrição e alimentação escolar para crianças. 

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Agravamento 

A chefe do PMA afirma que os iemenitas estão mais vulneráveis do que nunca, sofrendo com o conflito e o aprofundamento da crise econômica que levou milhões à miséria.  

Os preços dos alimentos mais do que dobraram em grande parte do Iêmen, este ano, e a violência continua a forçar famílias a fugir.  

Segundo a agência, nos últimos três meses, o consumo inadequado de alimentos subi rapidamente, afetando metade das famílias, à medida que a desvalorização do rial iemenita, a moeda do país, e a hiperinflação levam a economia à beira do colapso.  

A diretora afirma que os estoques de alimentos no Iêmen estão “perigosamente baixos” num momento em que os orçamentos para crises humanitárias em todo o mundo se esgotam. 

Ela pediu aos doadores para evitar uma catástrofe no país. Mais de 16 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, passam fome aguda. Entre as crianças, 2,3 milhões correm risco de desnutrição.