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Portugal espera compromissos com os oceanos antes de conferência em Lisboa BR

Três meses antes do evento em Lisboa, o tema reunirá o mundo na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em março de 2022
Ocean Image Bank/Brook Peterson
Três meses antes do evento em Lisboa, o tema reunirá o mundo na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em março de 2022

Portugal espera compromissos com os oceanos antes de conferência em Lisboa

ODS

Evento ocorrerá em junho de 2022; chefe da diplomacia portuguesa chama a atenção para urgência da preservação da biodiversidade, alertando para conexão entre clima e oceanos.

Cerca de sete meses antes da realização da 2ª. Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Portugal pede mais compromissos da comunidade internacional para lidar com as ameaças atuais.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse à ONU News que o evento coorganizado pelo seu país e o Quênia incentiva a defesa da riqueza e da variedade do mundo natural.  

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva
Captura vídeo ONU News
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva

Preservação

“O que nós pretendemos é que todas as pessoas tenham consciência deste fato: os oceanos, a boa governação dos oceanos, o uso razoável dos oceanos, a defesa e preservação dos oceanos, o combate à poluição marinha, é absolutamente essencial para ação climática e para a preservação da biodiversidade. Portanto há esse nexo entre o clima e os oceanos. É muito importante ter sempre presente no nosso espírito.”

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, lançou a pesquisa enfatizando a urgência de uma ação global em favor de ecossistemas afetados por plásticos nos oceanos.
A publicação ressalta que mesmo com o conhecimento disponível, falta vontade política dos governos para enfrentar a crise crescente. 

Lixo marinho, incluindo plástico, papel e madeira, acaba indo para as profundezas dos oceanos.
Foto: UN News/Laura Quinones
Lixo marinho, incluindo plástico, papel e madeira, acaba indo para as profundezas dos oceanos.

Comunidade internacional

“É inacreditável saber que grande parte, a maior parte, da poluição dos mares é gerado em terra. Por exemplo através dos plásticos. Os cientistas dizem que não demorará muito tempo em que haja mais plástico nos mares de peixes e nós temos que contrariar isso. E para isso precisamos de ação, precisamos de criar zonas de proteção marinha. Precisamos de mudar as nossas pescas e precisamos de, mais uma vez, nos unirmos todos para esse problema comum que é a governação dos oceanos.  Há um Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, o 14, que diz respeito aos oceanos. E é preciso preservar os oceanos, é preciso preservar a biodiversidade nos oceanos, é preciso gerir racionalmente os oceanos e temos que mobilizar a comunidade internacional para isso.”

Três meses antes do evento em Lisboa, o tema reunirá o mundo na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em março de 2022. Um dos destaques será definir como seguir na cooperação global sobre esta questão.

Em 2015, os plásticos estavam envolvidos na produção de 1,7 giga toneladas de CO2 equivalente. A previsão é que em 30 anos o número chegue a 6,5 giga toneladas, ou 15% do orçamento global de carbono.