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Triplica o total de países com regulamentações sobre produtos com gordura trans BR

Segundo a OMS, 500 mil morrem por ano de doenças cardiovasculares causadas pelo consumo de gorduras trans
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Segundo a OMS, 500 mil morrem por ano de doenças cardiovasculares causadas pelo consumo de gorduras trans

Triplica o total de países com regulamentações sobre produtos com gordura trans

Saúde

Estudo da OMS revela disparidades entre nações de rendas alta e baixa para assegurar proteção das populações; gordura trans pode ser encontrada em bolos, biscoitos, óleos de cozinha e está associada ao aumento do risco de enfarto e de doenças coronárias. 

Cerca de 40 países, a maioria de renda alta, já definiram políticas para tentar eliminar a gordura trans dos alimentos, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS. Enquanto 1,4 bilhão de pessoas no mundo estão protegidas desse componente alimentar perigoso, não existem leis do tipo em países de baixa renda.  

A agência da ONU lembra que a gordura trans pode ser encontrada em bolos, bolachas, alimentos processados e óleos de cozinha e está bastante associada a um aumento do risco de ataques cardíacos e doenças do coração. 

Brasil faz avanços  

Eliminar a gordura trans dos alimentos pode não apenas salvar vidas, mas também diminuir o número de pacientes que buscam os sistemas de saúde para tratar essas condições. 

A agência da ONU comemora que neste ano, medidas contra a gordura trans foram adotadas pelo Brasil, Peru, Turquia, Reino Unido e União Europeia. No ano passado, outras nações como Índia, Filipinas e Ucrânia já tinham implementado políticas do tipo. 

Apelo global  

Nas Américas, habitantes consomem muitos alimentos processados com alto teor de sal.
Domínio Público
Nas Américas, habitantes consomem muitos alimentos processados com alto teor de sal.

Essas medidas governamentais são passos importantes para o alcance da meta estipulada pela OMS de se eliminar a gordura trans industrializada até 2023. Ao mesm tempo, países com muitos produtos com a componente ainda precisam aprovar essas políticas.  

O diretor-geral da agência da ONU, Tedros Ghebreyesus, fez um apelo para que todas as nações ajam agora para proteger suas populações deste composto “perigoso e desnecessário”.  

A OMS explica que no continente africano, apenas a África do Sul tem uma política para eliminar a gordura trans, enquanto que a Nigéria dá um passo neste sentido e uma lei deverá ser aprovada em breve.  

O presidente da iniciativa “Resolve to Save Lives”, Tom Frieden, declarou “que os governos tem a responsabilidade de proteger suas populações deste ingrediente tóxico”. Segundo ele, a questão é urgente.  

Entre os 15 países com o maior produção de alimentos com gordura trans, 10 ainda não adotaram políticas de controle e eliminação, incluindo México, Equador, Austrália, Paquisão e Nepal.  

A OMS pede aos fabricantes de alimentos para eliminar a gordura trans de seus produtos e para os fornecedores de óleos e de gorduras para que tomem medidas para remover esses ingredientes dos produtos vendidos a fabricantes de alimentos em todo o mundo.