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ONU e governos lançam parceria para garantir merenda escolar saudável BR

Em abril de 2020, quase todos os países fecharam suas escolas, deixando 370 milhões de estudantes sem acesso a uma refeição diária
PMA
Em abril de 2020, quase todos os países fecharam suas escolas, deixando 370 milhões de estudantes sem acesso a uma refeição diária

ONU e governos lançam parceria para garantir merenda escolar saudável

Ajuda humanitária

Grupo reúne agências das Nações Unidas, países e parceiros para alcançar milhões de crianças que tiveram refeições suspensas com fechamento das escolas na pandemia; ambição da coalizão é de também estender ajuda para menores que estavam em vulnerabilidade antes de abril de 2020; entidades afirmam que, além da nutrição saudável, iniciativa contribuiu com toda comunidade.

Agências da ONU, mais de 60 governos nacionais e outros parceiros lançaram hoje uma coalizão para melhorar ou reestabelecer programas de merenda escolar para que todas as crianças tenham acesso à alimentação saudável até 2030.

Com a liderança da Finlândia e da França, a iniciativa pretende acelerar a recuperação dos sistemas educacionais dos efeitos deixados pela pandemia de Covid-19 e ampliar a cobertura para mais 73 milhões de crianças.

OMS afirma que mais de 150 milhões de crianças ficaram sem cuidados de saúde como tratamento contra vermes, sem saúde e nutrição, imunização e apoio psicossocial
PMA/Hugh Rutherford
OMS afirma que mais de 150 milhões de crianças ficaram sem cuidados de saúde como tratamento contra vermes, sem saúde e nutrição, imunização e apoio psicossocial

Apoio

No lançamento da iniciativa, o presidente da França, Emmanuel Macron, e da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, representando a União Africana, destacaram as iniciativas dos países para priorizar a nutrição de crianças.

O governo francês afirmou que vem apoiando iniciativas no Afeganistão com cerca de €13 milhões e o representante africano garantiu que o continente está comprometido em alcançar os objetivos até 2030.

Também liderando as ações, o Ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Comércio Exterior da Finlândia, Ville Skinnari, afirmou que o papel da coalizão vai além da entregar de refeições, tendo o potencial de transformar vidas e comunidades.

Hora da merenda numa escola em Moçambique.
© Unicef/UN051605/Rich
Hora da merenda numa escola em Moçambique.

Nações Unidas

O apoio é uma parceria da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, com a agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, o Unicef, Programa Mundial de Alimentos, PMA e Organização Mundial da Saúde, OMS. 

Em comunicado conjunto, as agências afirmaram que os programas de saúde e nutrição escolar são fundamentais para o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar. 

A merenda escola é uma das razões pelais quais muitos alunos vão à escola, além de servirem para o aprendizado, saúde e bem-estar a longo prazo. Durante o lançamento, o diretor-executivo do PMA, David Beasley, disse que a iniciativa contribui com a segurança de meninas por ajudar na retenção escolar e reduzir a vulnerabilidade.

O programa receberá o apoio de outros 50 parceiros, incluindo ONGs, sociedade civil e fundações.

Com o fechamento das escolas, bilhões de merendas deixaram de ser distribuídas em todo o globo
FAO/Ubirajara Machado
Com o fechamento das escolas, bilhões de merendas deixaram de ser distribuídas em todo o globo

Retenção escolar e pandemia

De acordo com a coalizão, no início de 2020, os programas de merenda escolar serviam a 388 milhões de crianças, número recorde e equivalente à metade dos alunos em ensino fundamental do globo. 

Mas, 73 milhões das meninas e meninos mais vulneráveis não tinham acesso ao serviço. 

A pandemia Covid-19 interrompeu esse progresso, fechando escolas em todo e causando impacto arrasador na educação das crianças, especialmente para alunos mais pobres.

Segundo a coalizão, em abril de 2020, quase todos os países fecharam suas escolas, deixando 370 milhões de estudantes sem acesso a uma refeição diária.

A OMS contou que mais de 150 milhões de crianças também ficaram sem cuidados de saúde como tratamento contra vermes, sem saúde e nutrição, imunização e apoio psicossocial. 

Os organizadores dizem que, além do potencial de manter as crianças na escola, a boa alimentação contribuiu com toda a comunidade, já que apoia a agricultura local e o emprego e promove a igualdade de gênero.