Antes de protestos no Sudão, ONU pede aos militares respeito à liberdade de expressão
Escritório de Direitos Humanos atento com a situação no país e faz apelo para que não haja uso da força; 14 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas durante manifestações ocorridas entre 25 a 30 de outubro.
Vários protestos estão planejados para acontecer este sábado no Sudão e o Escritório de Direitos Humanos da ONU está pedindo aos “líderes militares garantia do respeito aos direitos à liberdade de expressão e à reunião pacífica”.
Para a representação das Nações Unidas, as forças de segurança precisam “receber instruções claras de que não devem utilizar a força, a não ser como último recurso e somente se for absolutamente necessário”.
Vários mortos

O Escritório de Direitos Humanos está atento à situação pois entre os dias 25 e 30 de outubro, 14 pessoas foram mortas e cerca de 300 ficaram feridas durante protestos ocorridos no país.
As manifestações foram marcadas pelo “uso desproporcional da força por parte dos militares e das forças de segurança”, por isso o apelo para que os eventos deste sábado tenham um desfecho pacífico.
O Escritório de Direitos Humanos pede ainda que os responsáveis pela violência, incluindo aqueles que utilizaram armas de fogo contra os manifestantes, sejam julgados, de acordo com as leis internacionais de direitos humanos.
Pessoas detidas

A entidade pede também às autoridades do Sudão para libertarem imediatamente todas as pessoas que continuam detidas desde o golpe de 25 de outubro, sendo que a maioria está incomunicável há mais de duas semanas.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU no Sudão conseguiu confirmar a prisão de 57 pessoas, incluindo integrantes do governo, representantes políticos e da sociedade civil, jornalistas e defensores de direitos humanos. Apenas 10 já foram libertados.
A internet e os serviços de telecomunicação continuam interrompidos, prejudicando a habilidade do povo sudanês em se comunicar no meio de uma crise. O Escritório de Direitos Humanos pede às autoridades para reestabelecerem todos os serviços de comunicação e lembra que a própria alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, já ressaltou a urgência de ser iniciado um diálogo participatório, que garanta o retorno do poder civil no Sudão.