Agência da ONU para Refugiados, Acnur, diz que conflitos no país africano forçam deslocamento de pelo menos 11 mil pessoas para Uganda; segundo a agência, esse é o maior fluxo num único dia em mais de um ano; porta-voz pede auxílio de US$ 335 milhões para assegurar operações no país.
Os confrontos no leste da República Democrática do Congo forçaram a fuga de pelo menos 11 mil pessoas para Uganda, o país vizinho.
Segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, o número de pessoas buscando asilo é o maior num espaço de 24 horas.
Asilo
Mulheres e crianças são a maioria dos que cruzaram a fronteira para escapar das disputas entre milícias e forças armadas congolesas.
A porta-voz do Acnur em Genebra, Shabia Mantoo, relatou que os recém-chegados vivenciaram conflitos em diversas aldeias e carregavam apenas utensílios básicos, recolhidos às pressas durante a fuga.
O Acnur e o governo de Uganda estão respondendo à situação, em coordenação com as autoridades distritais e locais. Vários parceiros também apoiam, incluindo o Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Shabia Mantoo contou que a agência até agora realocou cerca de 500 pessoas para o centro de acolhimento de Nyakabande, que tem cerca de 1,5 mil vagas.
Urgência
Quem chega a Uganda, país que mais acolhe refugiados na África, é examinado para Covid-19 e recebe apoio água, comida, abrigos comunitários e cobertores.
Embora as fronteiras de Uganda estejam atualmente fechadas para requerentes de asilo por causa da pandemia, Mantoo elogiou a decisão do governo de considerar a situação uma “exceção humanitária” para permitir a passagem segura das pessoas.
A porta-voz do Acnur demonstrou preocupação com a possível sobrecarga dos serviços locais em breve e apelou por recursos urgentes para atender os recém-chegados.
O Acnur busca cerca de US$ 335 milhões para suas operações em Uganda ainda este ano. Até agora, apenas 45% do financiamento foi recebido.