FAO: recorde global de US$ 1,75 trilhão no custo para importação de alimentos
Alta deve acontecer em meio a preocupações com inflação e fome em nível global; agência chama a atenção para situação de nações em desenvolvimento e de baixa renda durante recuperação da pandemia.
O custo mundial de importação de alimentos deve atingir um recorde de US$ 1,75 trilhão em 2021, em termos de volume e valor.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, publicou as Perspectivas Mundiais com os fatores que devem impulsionar o aumento dos preços de commodities, frete e suprimentos agrícolas.
Subida
O relatório, lançado esta quinta-feira em Roma, destaca que o comércio global de alimentos acelerou 14% em relação ao ano anterior. A subida esteve 12% acima da previsão feita em junho.
Apesar de uma “notável resiliência às interrupções durante a pandemia, a rápida subida de custos de produtos alimentícios e da energia são desafios significativos para os países e consumidores mais pobres”. Estes gastam grande parte de suas rendas neste campo de necessidades básicas.
A FAO ressalta que a alta é impulsionada por crescentes preços de commodities alimentares comercializadas internacionalmente e um aumento de três vezes verificado nos custos de frete.
As nações em desenvolvimento que devem gastar 40% do total global para importar alimentos, ou US$ 730 bilhões. O valor agregado de importação de alimentos deve subir em um quinto em comparação com 2020, ou cerca de US$ 127 bilhões.
Importação
Em países de baixa renda espera-se um déficit alimentar causado pelos custos mais elevados, do que os volumes de importação de alimentos.
Já em economias em desenvolvimento, o preço de alimentos básicos deve subir de forma acentuada em cereais, gorduras animais, óleos vegetais e oleaginosas.
Frutas e vegetais, produtos pesqueiros e bebidas deverão puxar grande parte da subida.
As Perspectivas Alimentares da FAO indicam a alta prevista para a oferta e demanda do mercado para os principais produtos alimentares, incluindo cereais, óleos vegetais, açúcar, carne, laticínios e peixes.
A publicação bianual examina as tendências nos mercados mundiais e os custos de transporte para commodities alimentares.