OMS quer G-20 financiando plano de US$ 23,4 bilhões para combater Covid-19
Agência quer tratado jurídico obrigatório para a segurança da saúde global; Cabo Verde entre os cinco países africanos que cumprirão plano global de imunização; baixo estoque de reservas de seringas ameaça cumprimento de metas.
Em vésperas do encontro em Roma dos líderes das maiores economias do mundo, G-20, a Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu prioridade ao financiamento total do Acelerador ACT que combate a Covid-19.
Em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, disse que a nova estratégia exige um investimento internacional de US$ 23,4 bilhões para resolver desigualdades no acesso global a vacinas, testes e tratamentos até outubro de 2022.
Saúde global
Para o chefe da OMS, este é “um momento decisivo, exigindo liderança decisiva para tornar o mundo mais seguro”.
Os pedidos feitos ao G-20 incluem a prestação de auxílio a uma estrutura abrangente para a segurança da saúde global, por meio de um tratado juridicamente vinculativo.
Por último, a agência da ONU quer que as maiores economias do mundo acolham a criação de um Conselho de Financiamento de Ameaças à Saúde. A iniciativa será apoiada por um Fundo Intermediário Financeiro, organizado pelo Banco Mundial.

Até o momento, a OMS notificou quase 244 milhões de casos confirmados da doença, incluindo 4.961 mil mortes pelo coronavírus.
Cabo Verde
O mecanismo Covax, elemento do Acelerador ACT especializado na distribuição de vacinas, distribuiu cerca de 400 milhões de doses mais de 140 países de baixa e média rendas.
Na coletiva, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que as taxas de vacinação permanecem baixas. Pelo menos 30 países que dependem apenas da Covax não têm outra fonte de vacinas.
Outras cerca de 82 nações provavelmente não atingirão a meta global da OMS de garantir 40% de cobertura de imunizantes até o final do ano. Esse objetivo poderá ser alcançado com um reforço de suprimentos.

Cabo Verde está entre os cinco países africanos que cumprirão a meta, junto com as Seychelles, as ilhas Maurício, o Marrocos e a Tunísia.
Estoque de seringas
A OMS destaca ainda que um dos fatores que retardam a entrega de imunizantes é o “déficit iminente” de até 2,2 bilhões de seringas descartáveis para administrar a vacina e realizar imunizações de rotina, impedindo um aumento em sua fabricação.
O Escritório regional da agência para a África informou que neste momento não há estoque de seringas específicas por haver alta demanda. A situação deve permanecer pelo menos até o primeiro trimestre de 2022.
A diretora da OMS para a África, Matshidiso Moeti, revelou que até agora o continente tem 77 milhões de pessoas com imunização completa, o que corresponde a apenas 6% de sua população.