Agências da ONU levam medicamentos e alimentos ao Afeganistão BR

Suprimentos médicos e kits higiene são entregues pelo Unicef para tratar e prevenir casos de diarreia aguda; casos da doença já superam 1,5 mil. Pnud quer fomentar iniciativas para movimentar economia local, evitando o colapso e mitigando a pobreza.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, estão promovendo iniciativas para auxiliar a população afegã.
A instabilidade após a tomada do poder pelo Talibã, em agosto, tem dificultado a chegada de ajuda humanitária ao país. Por isso, o Escritório da ONU para Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, vem fazendo apelos para intensificar os auxílios ao Afeganistão nos últimos meses.
Com os casos de diarreia aguda aumentando e ameaçando crianças no país, o Unicef enviou 40 toneladas de medicamentos para Cabul.
Os suprimentos fazem parte da resposta de emergência da agência e serão direcionados para o tratamento de cerca de 10 mil pessoas que sofrem de desidratação causada pela doença.
Nas últimas semanas, o número total de casos relatados ultrapassou 1,5 mil na capital afegã e nos distritos vizinhos.
De acordo com as informações do Unicef, a situação se agrava pelos níveis alarmantes de desnutrição entre crianças menores de cinco anos, um surto de sarampo e o impacto contínuo da pandemia de Covid-19.
O representante no país, Herve Ludovic de Lys, afirma que as crianças no Afeganistão estão enfrentando diversas ameaças à sua sobrevivência, “pois o sistema de saúde, do qual suas vidas dependem, está à beira do colapso”.
O Unicef ainda está intensificando ações para prevenir a doença, distribuindo kits para higiene e água potável. A expectativa é que cheguem mais suprimentos na próxima semana para ajudar outras 90 mil pessoas.
Já o Pnud está trabalhando em um plano para dar suporte aos pequenos negócios da capital, prevenindo o colapso da economia local.
O programa quer ajudar a resiliência das comunidades e inspirar esperança por um futuro melhor, complementando as intervenções humanitárias urgentes.
Em coletiva de imprensa, o representante do Pnud, Achim Steiner, afirmou que além da assistência humanitária urgente, é preciso manter as economias locais funcionando, garantindo que as pessoas tenham meios de subsistência e acreditem no futuro de suas comunidades.
Toda a assistência prestada será entregue aos beneficiários diretamente, com base em avaliações imparciais realizadas em conjunto com líderes comunitários locais e independentemente das autoridades.
O Pnud divulgou uma avaliação econômica em setembro, que projetou que até 97% da população pode estar em risco de cair abaixo da linha da pobreza no próximo ano.
Esse cenário está iminente a menos que uma resposta às crises política e econômica do país seja alcançada com urgência.