1,5 bilhão de pessoas vivem em solos muito salgados para serem férteis BR

Alerta é da FAO, que organiza encontro internacional virtual sobre o assunto; mais de 1 milhão de hectares de solos no mundo todo contêm muito sal, sendo impossível qualquer tipo de plantio, ameaçando segurança alimentar.
Mais de 1 milhão de hectares de solo espalhados por todos os continentes contêm muito sal para serem férteis, causando problemas para a produção agrícola mundial.
O alerta é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, que organiza até sexta-feira um simpósio virtual sobre o assunto.
A agência também lançou um Mapa Global dos Solos Afetados pelo Sal, que são menos férteis e menos produtivos, criando uma ameaça global para a luta contra a mudança climática e a pobreza.
Cerca de 1,5 bilhão de pessoas que tentam plantar a própria comida vivem nessas áreas onde os solos estão muito salgados.
Um maior nível de sal também reduz a qualidade da água e a biodiversidade dos solos, contribuindo assim para a erosão. Com este novo mapa, a FAO espera ajudar formuladores de políticas públicas com mais informações sobre a adaptação à mudança climática e sobre projetos de irrigação.
A “salinização dos solos” ameaça a segurança alimentar, já que prejudica as colheitas e a qualidade do que é plantado.
A FAO explica que este processo acontece quando há um aumento dos sais solúveis em água e que a sodificação significa um aumento de alto teor de sódio. Esses dois efeitos nos solos estão entre as ameaças globais mais sérias para regiões áridas e semi-áridas.
Com a mudança climática, as áreas costeiras também são afetadas, especialmente devido ao aumento do nível da água do mar. Segundo a FAO, combater o problema requer uma série de medidas, incluindo aumento da conscientização.
Outras medidas a ser tomadas são a adoção de práticas sustentáveis de manejo dos solos, um maior compromisso político e a promoção de inovação tecnológica no setor.
Durante o Simpósio Global sobre Solos Afetados pelo Sal, mais de 3 mil participantes compartilham conhecimentos sobre prevenção do problema, debatem a mudança climática e também sobre restauração dos ecossistemas.