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Piores chuvas em décadas devem durar até o final do ano no Sudão do Sul  BR

Casas inundadas ao longo das margens do rio Akobo, no Sudão do Sul.
PMA/Theresa Piorr
Casas inundadas ao longo das margens do rio Akobo, no Sudão do Sul.

Piores chuvas em décadas devem durar até o final do ano no Sudão do Sul 

Ajuda humanitária

Semanas de chuvas intensas levam comunidade humanitária a mobilizar apoio urgente; pessoas chegam a caminhar uma semana buscando abrigo; mulheres, crianças e idosos estão sobre árvores sem poder passar para um local mais seguro. 

O Sudão do Sul tem mais de 700 mil pessoas afetadas pelas piores inundações em décadas. A situação de crise humanitária pode afetar as estações de plantio e rebanhos de gado até o próximo ano. 

A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, expressou alarme com as necessidades dos mais vulneráveis, num momento em que as populações estão expostas à tripla ameaça do conflito, da Covid-19 e da fome. 

Emergência  

A entidade das Nações Unidas faz parte da comunidade humanitária que mobiliza apoio internacional urgente para garantir artigos de higiene, alimentos, abrigo de emergência e lanternas. 

As crianças criam seu próprio barco usando lonas e garrafas plásticas durante fortes enchentes
Unicef/Helene Sandbu Ryeng
As crianças criam seu próprio barco usando lonas e garrafas plásticas durante fortes enchentes

 

As fortes chuvas que caem há várias semanas arrasaram casas e inundaram campos agrícolas no mais novo país do mundo. Diversas famílias que fugiram tentaram levar o gado na caminhada em direção a terrenos mais elevados e cidades vizinhas. 

No estado do Alto Nilo, pelo menos mil pessoas disseram ter andado a pé durante sete dias para chegar à cidade de Malakal. Mulheres, crianças e idosos chegaram exaustos e contaram que estavam sem comer há dias.  

Várias vítimas estão abandonadas em ilhas cercadas por água, abrigadas em cima de árvores e incapazes de cruzar para um local seguro. Aumenta ainda o risco de infecções por doenças fatais transmitidas pela água. 

Tempestades 

Enxurradas e tempestades sem precedentes são efeitos da emergência climática na África Oriental. A situação coloca comunidades na incerteza quanto à temporada de chuvas, ou ainda do clima mais quente e seco. 

Mesmo com o aumento das águas, muitas famílias continuam morando em suas casas afetadas pelas enchentes no estado de Jonglei, no Sudão do Sul
Acnur/Aoife McDonnell
Mesmo com o aumento das águas, muitas famílias continuam morando em suas casas afetadas pelas enchentes no estado de Jonglei, no Sudão do Sul

 

Nos quatro estados mais afetados, os habitantes disseram não observar inundações desta dimensão desde 1962. Outras sofrem consequências de três anos de cheias consecutivas que limitaram a capacidade de sobrevivência. 

As previsões apontam que as atuais chuvas no Sudão do Sul continuarão até o fim do ano, estimando-se que haja um aumento de pessoas que precisam de assistência humanitária.  

O governo sul-sudanês já alocou US$ 10 milhões para apoiar a resposta às inundações. Autoridades locais também ajudam na construção de diques, na instalação de sistemas para bombear as águas e no seu desvio por meio de canais.