Investimento estrangeiro direto no primeiro semestre foi mais forte do que o esperado BR

Segundo a Unctad, fluxos foram de US$ 852 bilhões, recuperando mais de 70% das perdas geradas pela pandemia de Covid-19; mas diretor de investimentos da entidade alerta: incertezas ainda são muitas.
Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto, IED, no primeiro semestre de 2021 foram de US$ 852 bilhões. Os dados são da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, em relatório apresentado esta terça-feira e Genebra.
Para a Unctad, o volume foi mais forte do que o esperado e o aumento dos investimentos foi suficiente para recuperar mais de 70% das perdas induzidas pela pandemia de Covid-19 em 2020.
Ao mesmo tempo, o diretor de Investimentos da Unctad, James Zhan, declarou que a rápida recuperação do investimento estrangeiro direto “mascara a crescente divergência entre países desenvolvidos e em desenvolvimento”. Segundo ele, as incertezas continuam sendo muitas.
Nas economias desenvolvidas, o IED alcançou a marca de US$ 424 bilhões no primeiro semestre deste ano – três vezes maior do que os níveis excepcionalmente baixos de 2020.
Segundo a Unctad, os fluxos de IED na Europa aumentaram de forma considerável, ficando em média apenas 5% menor do que os níveis da pré-pandemia. Nos Estados Unidos, as entradas subiram 90%, graças ao aumento de fusões e aquisições entre fronteiras.
Os países em desenvolvimento também tiveram alta nos fluxos de IED, totalizando US$ 427 bilhões no primeiro semestre, com aceleração rápida principalmente no leste e sudeste asiático.
A Unctad destaca também que a confiança dos investidores está maior principalmente no setor de infraestruturas, graças a condições favoráveis de financiamento a longo prazo, pacotes de estímulos e programas para investimentos internacionais.
Por outro lado, a confiança do investidor na indústria e nas cadeias de valor global continua instável, com queda no total de novos projetos nos setores da eletrônica, de automóveis e dos químicos.
A Unctad destaca ainda que também continua “frágil” a recuperação dos investimentos em setores relevantes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. Os investimentos em setores “verde” aumentaram 60%, devido a um pequeno número de grandes acordos no setor energético.
O relatório descreve um cenário positivo, com a continuação da recuperação dos fluxos de investimento estrangeiro direto para níveis da pré-pandemia. Ao mesmo tempo, a Unctad lembra que a duração da crise de saúde, o ritmo da vacinação, especialmente em países em desenvolvimento, e a rapidez da implementação de estímulos para investimentos no setor de infraestrutura continuam sendo grandes fatores de incertezas.
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