Nações Unidas defendem mais ações para acabar com a fome em Moçambique
Agências afirmam que lidam com impactos dos desastres naturais, da pandemia e da situação humanitária do deslocados no norte do país; série de fatores influencia insegurança alimentar.
Este ano, o Dia Mundial da Alimentação é comemorado sob lema “Nossas ações são o nosso futuro - Melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e uma vida melhor.”
Em Moçambique, algumas ações marcaram a efeméride na sexta-feira coincidindo com o Dia Internacional da Mulher Rural. A reflexão esteve ligada ao apelo global pelo fim da fome.
Fortalecimento
O representante da Organização da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, em Moçambique, Hernâni Coelho da Silva, considera que o sucesso nessa frente depende das ações conjuntas.

Ele declarou haver um elevando índice de pessoas que passam fome no país, o que pode dificultar algumas ações na erradicar o problema que está aliado à má-nutrição até 2030.
“A transformação do nosso sistema alimentar passa pelo imperativo da integração de políticas humanitárias, de desenvolvimento e de construção da paz e pela ampliação da resiliência climática, pelo fortalecimento da resiliência dos mais vulneráveis às adversidades econômicas, pela intervenção ao longo das cadeias de abastecimento de alimentos para reduzir o custo de transação e pelo fortalecimento do ambiente alimentar e do comportamento dos consumidores.”
A posição geográfica de Moçambique torna o país mais vulnerável às mudanças climáticas. O fenômeno faz com que agências das Nações Unidas intensifiquem as suas ações no terreno, onde outros fatores conjugados causam o problema.
Potenciais conflitos
A representante do PMA em Moçambique, Antonella Daprille, mencionou algumas consequências da carência alimentar.

“O impacto negativo dos desastres é sentido, principalmente pelos pequenos produtores rurais e nas mesas das pessoas mais vulneráveis. Os ciclones e as tempestades atingem comunidades já fustigadas pela seca e praga, destroem as plantações, as infraestruturas, bens e meios de subsistência e podem provocar o deslocamento interno e potenciais conflitos.”
O chefe da FAO em Moçambique elogiou a decisão do governo em alocar pelo menos 10% do Orçamento Geral do Estado para o sector de agricultura. Para ele, a medida demonstra a importância deste sector para o combate à pobreza e erradicação da fome.
Agropecuária e gastronomia
“A mais valia que FAO pode trazer a Moçambique são as competências técnicas e conhecimentos de políticas do sector, adquiridos ao longo dos anos que podem contribuir para uma visão holística, realística e sustentável para desenvolvimento do setor em Moçambique. O futuro da nossa agricultura não depende da sorte, mas do empenho de cada um de nós para juntos prosperarmos como um povo e uma nação.”
As comemorações da data em Maputo contaram com realização de ações de agropecuária e de gastronomia com destaque a produtos que promovem uma alimentação nutritiva.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota.
