Perspectiva Global Reportagens Humanas

Para Guterres, Nobel da Paz é lembrete de que nenhuma sociedade é livre sem jornalistas BR

Jornalista Maria Ressa durante diálogo sobre liberdade de imprensa, na internet, organizado pela Unesco em maio
Unesco
Jornalista Maria Ressa durante diálogo sobre liberdade de imprensa, na internet, organizado pela Unesco em maio

Para Guterres, Nobel da Paz é lembrete de que nenhuma sociedade é livre sem jornalistas

Paz e segurança

Secretário-geral da ONU parabeniza Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pelo reconhecimento; Comitê do Prêmio Nobel reconhece esforços dos jornalistas para proteger liberdade de expressão, algo que para António Guterres, é vital para a paz e os direitos humanos.

 

O Prêmio Nobel da Paz 2021 foi entregue, esta sexta-feira, aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Andreyevich Muratov, da Rússia, pelos “esforços em proteger a liberdade de expressão”, que segundo o Comitê Norueguês do Nobel, é “uma pré-condição para a democracia e a paz duradoura”. 

O secretário-geral da ONU deu os parabéns à dupla e declarou que o reconhecimento é “um lembrete de que nenhuma sociedade pode ser livre sem jornalistas que investigam irregularidades e falam a verdade”. 

Para António Guterres, a liberdade de imprensa “é vital para paz, justiça e direitos humanos”.  

Denúncias de corrupção  

Jornalistas em Cabul em evento sobre liberdade de expressão ocorrido em 2019
Foto Unama: Fardin Waezi
Jornalistas em Cabul em evento sobre liberdade de expressão ocorrido em 2019

A jornalista Maria Ressa teve o seu trabalho reconhecido este ano pela Unesco. Em abril, a agência da ONU entregou à filipina o Prêmio Guillermo Cano de Liberdade de Expressão. 

Ressa chegou a ser presa por ser repórter investigativa. Ela dirige o site Rappler, que denuncia casos de corrupção e de irregularidades e já trabalhou também para a CNN na Ásia. 

Após o anúncio do Nobel da Paz, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, enviou os parabéns à jornalista, dizendo que Maria Ressa é uma parceira importante da agência e que a “liberdade de expressão é sangue vital para a democracia”.  

PMA passa o bastão  

David Beasley durante uma outra visita ao Iêmen em 2017
PMA/Marco Frattini
David Beasley durante uma outra visita ao Iêmen em 2017

O diretor do Programa Mundial de Alimentos, PMA, também felicitou os dois jornalistas premiados. David Beasley destacou que o Nobel da Paz é um “reconhecimento de muito prestígio do papel importante de Ressa e de Muratov para a promoção da paz”.  

O PMA foi o vencedor do Nobel da Paz em 2020 e por isso, o chefe da agência afirmou estar “muito contente em passar o bastão, convencido de que a necessidade de paz no mundo é tão urgente hoje como era há um ano.” 

David Beasley também destacou que o “PMA tem orgulho de ter sido, por um ano, porta-bandeira dos ideais do Nobel e ter destacado o papel essencial da ajuda alimentar para a paz, estabilidade e prosperidade”.  

Já a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, destacou que o Nobel da Paz deste ano reconhece o trabalho dos jornalistas em circunstâncias muito difíceis. Ela lembrou que ataques violentos a jornalistas vem aumentado nos últimos anos.