ONU está em contacto com Etiópia para tentar reverter expulsão de funcionários BR

Cinco trabalhadores são do Escritório dos Assuntos Humanitários, um dos Direitos Humanos e outro representante do Unicef; secretário-geral disse esperar que grupo seja autorizado a continuar realizando seu trabalho no país.
A Etiópia anunciou na quinta-feira que expulsaria sete altos funcionários da ONU por “intromissão” em seus assuntos.
A ordem para deixar o país em 72 horas envolve cinco membros do Escritório para Assuntos Humanitários, Ocha, o representante no país do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o chefe do Escritório da ONU de Direitos Humanos.
Em nota, o secretário-geral António Guterres disse que a organização está agora envolvida em contactos com o governo etíope na expectativa de que os funcionários tenham permissão para continuar realizando seu trabalho.
Guterres disse ter ficado chocado com a informação e ressalta que todas as operações humanitárias da ONU são guiadas pelos “princípios fundamentais de humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência”.
O chefe da organização destacou o empenho em ajudar o povo etíope que está dependendo de auxílio, incluindo em alimentos, remédios, água e suprimentos de saneamento. O secretário-geral garante ter total confiança no pessoal da organização que está atuando na Etiópia.
Agências informaram que a medida foi tomada depois dos trabalhadores terem mencionado questões sobre o acesso humanitário a Tigray, região do extremo norte assolada pelo conflito entre forças regionais e rebeldes.
Estima-se que 5,2 milhões de pessoas estejam precisando de ajuda na área, incluindo em Amhara e Afar.
No entanto, o bloqueio a Tigray continua, segundo o coordenador de Ajuda de Emergência da ONU.
Martin Griffiths disse esta semana que após 11 meses de conflito e três de “bloqueio de fato”, a crise humanitária corre o risco de escapar ao controle.