Na Assembleia Geral, São Tome e Príncipe expressa “confiança na solidariedade”

No último dia de debates de alto nível, ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades fez sua primeira intervenção no órgão; Edite Ramos da Costa Ten Jua destacou importância do multilateralismo para resolução dos problemas da humanidade.
Esta segunda-feira foi marcada na ONU como sendo o último dia dos debates de alto nível da 76ª sessão da Assembleia Geral. Representando São Tomé e Príncipe discursou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades.
Edite Ramos da Costa Ten Jua defendeu o multilateralismo e a solidariedade entre países como essenciais para a resolução dos problemas e desafios da humanidade.
“As Nações Unidas representam a esperança de milhões de pessoas cujos olhos se fixam em nós, neste momento, com a crença no desabrochar de algo novo e melhor para o mundo. Sobre nós impende, pois, o dever de germinar a arte capaz de articular as soluções esperadas, e que aportem luz a tantos e tantos humanos cuja vivência não passa de um percurso de sofrimento e de incertezas.”
A chefe da diplomacia são-tomense aproveitou o espaço na Assembleia Geral para lembrar o mundo da situação de emergência econômica e financeira enfrentada por São Tomé e Príncipe, que está na frase de transição para ser reconhecida como uma nação de desenvolvimento médio, o que deverá acontecer em dezembro de 2024.
O combate à Covid-19 foi outro fator agravante mencionado por Edite Ramos da Costa Ten Jua. Segundo a ministra dos Negócios Estrangeiros, o multilateralismo e a cooperação entre países precisam ser ampliados.
Ao falar sobre a pobreza, a ministra de São Tomé e Príncipe pediu mais apoio à comunidade de refugiados.
“Pensando nos fluxos migratórios, especificamente no sentido Sul-Norte, assiste-se a um status quo, quanto a nós, injustificável. Por isso, entendemos que é necessária a conjugação de esforços entre países de destino e políticas concertadas de acolhimento dos refugiados, assim como o apoio adequado aos países de origem dos migrantes, com vista a se debelar esse fenómeno ou, pelo menos, mitigar-se os seus efeitos, devolvendo-se assim a dignidade às pessoas que se encontram nessas circunstâncias.”
Edite Ramos da Costa Ten Jua defendeu que as Nações Unidas criem mecanismos para assegurar “a solidariedade a favor das vítimas de guerra e do terrorismo”. A ministra são-tomense pediu ainda mais esforços globais e conjuntos para o combate à mudança climática.
Segundo Edite Ramos da Costa Ten Jua, São Tomé e Príncipe tem uma economia muito vulnerável a choques externos e por isso, tem tido dificuldades para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A ministra dos Negócios Estrangeiros fez um apelo à comunidade internacional, para que proporcione ao arquipélago os “apoios necessários para a realização plena” da Agenda 2030.